Papa na Hungria: na Eucaristia encontramos Jesus, “Pão partido para dar vida ao mundo”
“Não nos resignemos com uma fé que vive de ritos e repetições” – disse o Santo Padre na Missa de encerramento do LII Congresso Eucarístico Internacional em Budapeste.
Praça dos Heróis, 12 de setembro, em Budapeste na Hungria o Papa Francisco presidiu à Missa de encerramento do LII Congresso Eucarístico Internacional. Na sua homilia, o Santo Padre recordou a pergunta de Jesus aos seus discípulos: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» (Mc 8, 29).
Para Francisco esta pergunta pede uma resposta pessoal, de vida. Uma resposta da qual “nasce a renovação do discipulado” feita através “das três passagens que fizeram os discípulos e que podemos realizar também nós: o anúncio de Jesus, o discernimento com Jesus, o caminho atrás de Jesus” – disse Francisco.
O Papa lembrou que na Eucaristia encontramos a “identidade pascal” de Jesus. O anúncio de um “servo crucificado”. É a primeira passagem:
“Diante de nós está a Eucaristia, para nos recordar quem é Deus; não o faz com palavras, mas de modo concreto, mostrando-nos Deus como Pão partido, como Amor crucificado e doado. Podemos acrescentar muitas cerimónias, mas o Senhor permanece ali na simplicidade dum Pão que se deixa partir, distribuir e comer. Para nos salvar, faz-Se servo; para nos dar vida, morre.”
O “discernimento com Jesus” é a segunda passagem de que falou o Santo Padre na sua homilia. Afirmou que “a cruz nunca está na moda: ontem, como hoje. Mas cura por dentro”. Alertou para o perigo de colocarmos Jesus “num canto do coração, continuando a considerar-nos pessoas religiosas e boas, e prosseguir pelo nosso caminho sem nos deixarmos conquistar pela lógica de Jesus”. Francisco disse que Jesus propõe-se “só com amor” e não é como “os messias poderosos e vencedores, lisonjeados pelo mundo”:
“Jesus sacode-nos, não se contenta com declarações de fé, pede-nos que purifiquemos a nossa religiosidade diante da sua cruz, diante da Eucaristia. Faz-nos bem permanecer em adoração diante da Eucaristia, para contemplarmos a fragilidade de Deus. Dediquemos tempo à adoração Deixemos que Jesus, Pão vivo, cure os nossos fechamentos e nos abra à partilha”.
“O caminho atrás de Jesus” é a terceira passagem para a “renovação do discipulado”, segundo Francisco. E o “que significa caminhar atrás de Jesus?” – perguntou o Papa dando de imediato a resposta:
“É avançar na vida com a sua própria confiança, a de sermos filhos amados de Deus. É percorrer o mesmo caminho do Mestre, que veio para servir e não para ser servido. É dirigir dia a dia os nossos passos ao encontro do irmão. A isto mesmo nos impele a Eucaristia: a sentir-nos um só Corpo, a fazer-nos em pedaços para os outros”.
No final da sua homilia, o Papa Francisco exortou os milhares de fiéis presentes naquela Eucaristia na Hungria a não se resignarem “com uma fé que vive de ritos e repetições” e convidou-os a abrirem-se “à novidade escandalosa de Deus crucificado e ressuscitado, Pão partido para dar vida ao mundo. Viveremos na alegria, e seremos portadores de alegria” – disse o Papa.
RS