Porto Judaico: um livro para descobrir a identidade portuense

Apresentação decorreu na Igreja de S. José das Taipas no Porto e teve uma dimensão inter-religiosa.

Numa edição da Evo Lua Edições que conta com o apoio do Externato Ribadouro, o livro “O Porto Judaico: encruzilhadas de vidas nos caminhos da história” da autoria da historiadora Elvira Mea, foi apresentado no dia 17 de junho na Igreja das Taipas.

O padre Jardim Moreira, reitor da Igreja de S. José da Taipas, foi o anfitrião deste evento tendo salientado o valor inter-religioso da obra agora apresentada. Em particular, referiu a importância da presença nesta apresentação não só do bispo do Porto, mas também de representantes das comunidades judaica e islâmica do Porto, bem como das igrejas metodista e da comunhão anglicana.

O livro agora apresentado revela “histórias de vidas” – disse o padre Jardim Moreira –  assinalando que o livro revela “pecadores e mártires” ajudando a compreender melhor a história da cidade do Porto. Uma história que na vivência contemporânea é hoje de “ecumenismo e diálogo” – disse o sacerdote apontando o objetivo de “vivermos em fraternidade de irmãos”.

Na apresentação do livro o prof. Oliveira Ramos, antigo reitor da Universidade do Porto, salientou o currículo da historiadora Elvira Mea, especialmente no seu trabalho na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Sublinhou ser esta obra “um livro comovente” de fácil leitura e de relevante significado para a história da cidade do Porto.

A autora do livro, Elvira Mea, revelou na sua intervenção ser aquele um “dia especial de alegria” pela concretização da apresentação de um livro que tinha sido adiado devido à pandemia de covid-19.

Uma obra que já foi lida pelos alunos do Externato Ribadouro, como bem sublinhou a prof. Elvira Mea, tendo destacado com satisfação, pela colaboração próxima que tem com aquela instituição de ensino, que “os jovens descobriram o Porto através do Porto Judaico”.

“Este livro ajuda a que possamos perceber melhor a identidade portuense através de um grupo que contribuiu para o desenvolvimento económico da cidade” – referiu Elvira Mea sublinhando a importância da ação dos judeus e cristão novos na cidade do Porto durante os séculos XVI e XVII. A historiadora referiu que a prisão de judeus e cristãos novos pela Inquisição determinou uma fase de “declínio da cidade”.

Nas “encruzilhadas de vidas” e nos caminhos de uma história marcada por perseguições religiosas, surge agora este livro que permite aprofundar o conhecimento da identidade das gentes do Porto.

RS