JMJ: Vaticano desafia dioceses a confiar nos jovens para promover «festa da fé»

Foto: Tatiana Severino

Apresentadas novas orientações para a celebração do Dia Mundial da Juventude a nível diocesano que passou a ser na Solenidade de Cristo-Rei.

O Vaticano apresentou na terça-feira 18 de maio novas orientações pastorais para celebrar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a nível diocesano, desafiando as comunidades católicas a apostar nos jovens.

“É necessário ter a coragem de envolver e confiar papéis ativos aos jovens, tanto aqueles que vêm das diferentes realidades pastorais presentes na diocese quanto aqueles que não pertencem a nenhuma comunidade, grupo de jovens, associação ou movimento”, refere o texto, divulgado em conferência de imprensa.

As novas orientações, aprovadas pelo Papa, foram elaboradas pelo Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida (Santa Sé), cujo prefeito é o cardeal norte-americano Kevin Farrell.

“É necessário fazer com que as jovens gerações percebam que estão no centro da atenção e da solicitude pastoral da Igreja”, aponta o documento.

O Vaticano pede que esta jornada seja uma “festa da fé”, que adapte de “forma criativa” a realização a nível internacional, que acontece geralmente com cadência trienal, num país diferente, com a presença do Papa.

A celebração diocesana passa a decorrer a partir deste ano, por decisão do Papa, na solenidade de Cristo-Rei, que encerra o ano litúrgico no calendário católico, em vez do Domingo de Ramos.

A mudança de data merece atenção no documento, destacando a centralidade de Jesus.

“Sem o Reino de Cristo, toda verdadeira fraternidade e toda autêntica proximidade com aqueles que sofrem desaparecem”, pode ler-se.

O texto liga esta celebração à do domingo anterior, o Dia Mundial dos Pobres, para sugerir que se promova, junto dos jovens, “o trabalho voluntário, o serviço gratuito e a autodoação”.

O Vaticano assinala que a JMJ deve ser parte de um “caminho pastoral mais amplo”, que gere “impulso missionário” e uma “festa da fé”, desejando que a mesma conte com a presença do bispo local, num “grande sinal de amor e de proximidade” aos jovens.

As orientações destacam a reflexão da Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos de 2018, sobre o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, sobre a JMJ, apresentada como experiência de Igreja” e uma “experiência de peregrinação”.

O Vaticano deseja que a celebração diocesana com os jovens seja uma “ocasião de discernimento vocacional” e um “chamamento à santidade”, propondo escolhas de vida “exigentes”.

“Não há necessidade de temer propor aos jovens a escolha inevitável daquele estado de vida que está de acordo com o chamamento que Deus dirige a cada um deles individualmente, seja o sacerdócio ou a vida consagrada, também na forma monástica, ou o matrimónio e a família”, indica o documento.

Considerando que a JMJ é também uma “experiência de fraternidade universal”, o Vaticano sublinha que esta deve ser “uma ocasião de encontro para os jovens, não só para os jovens católicos”.

“Que os jovens que vivem em uma determinada área se reúnam e dialoguem uns com os outros, para além de suas crenças, de sua visão de vida, de suas convicções”, sugerem as novas orientações.

O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida sustenta que as várias comunidades católicas devem dedicar “atenção especial à celebração da Jornada Diocesana da Juventude”, para que ela possa ser “devidamente valorizada”.

“Investir nos jovens significa investir no futuro da Igreja, significa promover as vocações, significa iniciar efetivamente a preparação remota das famílias de amanhã. É, portanto, uma tarefa vital para cada Igreja local, não simplesmente uma atividade acrescentada a outras”, indica o organismo da Santa Sé.

(inf: Agência Ecclesia)