Formiguitas e os seus carreirinhos

Quantos de nós já não verificamos o trabalho das formiguitas, andando de trás para diante, num carreirinho bem ordenado e sem capatazes? E quantos de nós até as esmagamos como os nossos sapatos? Como castigo da sua organização excelente!

Por Joaquim Armindo

A formiga é um dos insetos mais populares e com uma organização social invejável. Existem 18 000 espécies de grupos de formigas, desde o Filo Artrópoda e da ordem Hymenoptera, mas todas as espécies possuem as suas colónias numa perfeita sociedade. Podem existir várias rainhas, mas nem por isso elas deixam de coexistir em completa harmonia, vivem até 18 anos de idade, mas quando há a fecundação pelo macho da rainha, ele morre imediatamente. Cada formiga tem uma função muito bem definida dentro da sua cidade (colónia), as que constroem os tuneis, as que buscam mantimentos para sobreviverem e as responsáveis pelo cuidado dos seus bebés (larvas). Na sua labuta pela busca de mantimentos, tantas vezes são prejudiciais ao género humano, constituindo pragas.

Elas vão no seu carreirinho e não se perdem porque comunicam entre si por uma substância química, o feromónio. Conseguem transportar objetos com um peso superior ao seu com uma carga de 100 vezes superior. Se as formigas não existissem criava-se um desequilíbrio no ecossistema, como exemplos, as plantas deixariam de lhes fornecer alimento compensador, pelo serviço que lhes prestam, não só porque consomem animais mortos, mas, também, são responsáveis pela mirmecocoria, um processo de dispersão de sementes, o que levas às plantas a expandirem-se, situação crucial para o desenvolvimento de muitas espécies de plantas. Não esqueçamos que as formigas perfuram a terra e os tuneis permitem que o ar atmosférico circule por baixo da terra, levando, assim, muita matéria orgânica essencial à agricultura.

Como estes pequeninos insetos – algumas espécies são bem grandinhas -, podem, além do que fazem, trazer lições ao ser humano de convivência social, de respeito pelas funções de cada um, pelo trabalho laborioso – ainda nos lembramos da estória da formiga e da cigarra! -, começamos a refletir sobre elas e o seu poder de organização feliz, apesar do seu trabalho incessante, e das botas dos humanos.

Tudo era bom, foi à conclusão que Deus chegou quando apreciou a sua obra, e tudo estará bem, se conseguirmos uma organização social, como a das formigas, poderemos acreditar que não haverá mais fome. É bonito e lindo chegarmos a esta reflexão!