
Realizou-se na noite de 20 de abril, por meios telemáticos, a Assembleia Diocesana de Diáconos Permanentes, sob a presidência de D. Manuel Linda, Bispo do Porto. Estiveram presentes 54 diáconos. A Assembleia versou sobre o tema «O diácono permanente, ministro do serviço e da proximidade», o título do texto provisório de um documento da Conferência Episcopal Portuguesa, que a Comissão Episcopal Vocação e Ministérios submeteu à auscultação dos diáconos permanentes em Portugal.
Os diáconos do Porto realizaram essa auscultação numa sessão de trabalhos de grupos realizada “online” no início de fevereiro, depois de duas semanas de reflexão individual sobre o texto. Com as conclusões desses trabalhos foi redigido um relatório pelo P. Adélio Abreu, delegado episcopal para o diaconado permanente, entregue em devido tempo à referida Comissão.
Entendeu o bispo do Porto que a Assembleia Diocesana de Diáconos Permanentes deste ano pudesse ter por base a reflexão produzida pelos diáconos portucalenses, não já para corresponder ao pedido de auscultação, mas para uma partilha das conclusões entre todos, refletindo assim sobre os caminhos do diaconado no Porto.
Depois de alguma troca informal de palavras, a sessão iniciou-se com a invocação do Espírito Santo e uma palavra de saudação de D. Manuel Linda, que se alegrou com a possibilidade de o encontro poder realizar-se, apesar do contexto pandémico. Seguiu-se a apresentação pelo P. Adélio Abreu do relatório da auscultação, dando assim a conhecer aos diáconos a síntese enviada. A Assembleia prosseguiu com a apresentação dos textos conclusivos dos trabalhos dos quatro grupos pelos seus porta-vozes.
Foi evidenciado nas várias apresentações o agrado com o facto de a Conferência Episcopal ter decidido pronunciar-se sobre o diaconado permanente, assim como a possibilidade dada aos diáconos de emitirem opinião sobre o texto provisório e darem sugestões para a sua melhoria. Foram também indicados os aspetos positivos do texto, assim como outros que construtivamente foram objeto de um olhar mais crítico, designadamente no que reporta a um défice de adesão à realidade portuguesa do diaconado, tanto no que se refere à sua evolução até ao presente, como à sua perspetivação em função do contexto pastoral em que vivemos e à conveniência do documento poder usar as prerrogativas que os documentos da Santa Sé deixam às conferências Episcopais de concretizarem o que respeita ao exercício do ministério diaconal e ao processo de discernimento e de formação para o diaconado.
Emergiram nas conclusões dos diáconos portucalenses também algumas temáticas decorrentes da sua própria experiência diaconal, nomeadamente no que toca às famílias dos diáconos, à sensibilização das paróquias e dos párocos para o exercício do ministério diaconal, ao melhor aproveitamento do diaconado na pastoral diocesana e às situações de vulnerabilidade dos diáconos permanentes.
Num dos textos dos grupos, foi glosada uma expressão do texto provisório – «Cristo é o diácono do Pai» – que pode ser inspiradora para vida espiritual do diaconado permanente: «Cristo é diácono do Pai porque se submete à vontade deste, mesmo se missão é difícil (Pai afasta de mim este cálice, mas…); é diácono do Pai, porque faz da caridade e da palavra as suas grandes armas; é diácono do Pai, porque se faz pequeno e serve os mais pequenos, os pobres e rejeitados, porque anda com eles, come com eles, porque não os rejeita seja qual foi a sua condição ou pecado; é diácono do Pai, porque os seus gestos, qual liturgia, curam e libertam;: é Diácono do Pai, porque se ajoelha perante os seus discípulos; É diácono do Pai, porque permanece em silêncio perante os “Pilatos”… A espiritualidade diaconal só pode beber da diaconia de Cristo. É n’Ele que encontraremos a nossa espiritualidade específica».
À apresentação das conclusões dos grupos, seguiu-se um tempo de diálogo entre os presentes, tendo tomado a palavra todos os que a pediram. O melhor aproveitamento do diaconado na vida pastoral da diocese terá sido o tema que foi dando unidade às intervenções.
Por fim, D. Manuel Linda tomou a palavra para a intervenção final. Alegrou-se com a seriedade e profundidade da reflexão dos diáconos do Porto e reconheceu que também a aproveitou para algumas das suas sugestões no quadro da discussão do documento na Conferência Episcopal, que veio a ser aprovado na sua última Assembleia Plenária e cuja publicação se aguarda. D. Manuel aproveitou a intervenção final para refletir sumariamente sobre dois aspetos: a colaboração dos diáconos permanentes na implementação de um melhor serviço pastoral de atendimento e escuta; a integração conjunta, atendendo à diversidade de situações e possibilidades, do diácono e da esposa no trabalho paroquial. A sessão conclui-se com a oração de Completas.
(inf: Diaconado Permanente-Diocese do Porto)