Bispo do Porto concluiu a Missa de Domingo de Páscoa com a Bênção Pascal. Com o Santíssimo Sacramento, à porta da Catedral, anunciando a ressurreição à diocese do Porto. Na sua homilia destacou o papel das mulheres no anúncio da ressurreição afirmando que o mundo talvez lhes deva “mais do que aos homens”.
Por Rui Saraiva
D. Manuel Linda começou a sua homilia na Missa de Domingo de Páscoa descrevendo as três pessoas que nos fazem o relato da ressurreição: Maria Madalena, Pedro e João.
“Maria Madalena encarna a convicção fortíssima da convertida a quem nada nem ninguém é capaz de deter; o discípulo João exprime o amor intuitivo, sempre apto a interlaçar os sinais para chegar mais longe; Pedro, o Chefe do Colégio Apostólico a quem se dá primazia ao entrar no túmulo, personifica a instituição ou a autoridade da Igreja que lida com o mistério e sente necessidade de confirmar a verdade e a garantir solenemente” – disse o bispo do Porto.
Cada uma destas pessoas “representa uma específica faceta da mesma Igreja que, de facto, se edifica sobre o Senhor ressuscitado, à base da fé convicta, do amor operativo e do ministério sacerdotal e institucional” – referiu D. Manuel Linda acentuando que “é da experiência e do testemunho que nasce a convicção da fé”.
Na sua homilia, o bispo do Porto sublinhou o papel das mulheres no anúncio da ressurreição: “É o feminino no seu melhor, que não olha a sacrifícios, é forte, cumpre missões de excecional responsabilidade, possui um especial sentimento de fé e sabe dedicar-se ao bem comum com uma determinação a toda a prova” – referiu.
“Devemos a estas mulheres a melhor introdução ao mistério da Páscoa e o indicador concreto do que é ser cristão. Como, de maneira geral, lhes devemos o melhor da humanidade: o desvelo maternal pela vida nascente e a coragem na assistência à vida que definha; a consagração aos setores estruturantes da sociedade que são a educação e a saúde; a presença solícita e insubstituível na vida da Igreja, particularmente nos setores mais escondidos e menos atraentes; a fermentação do mundo com a escala de valores do reino, quais sejam a sobriedade, o esquecimento de si em favor dos outros, o perdão, a pacificação, a generosidade; enfim, aquela especial sensibilidade religiosa que, sem desprezar o concreto das pequenas coisas para as quais o homem parece não ter jeito, só atesta o tão celebrado e celebrando «génio feminino». Esta é a sua cruz. Mas é também o seu título de glória!” – afirmou D. Manuel Linda.
Para o bispo do Porto, podemos ficar com a impressão de que “Jesus aparece a pessoas que se submergem no medo”, mas a verdade é que “quando o Ressuscitado chega junto deles, estas pessoas transformam-se: ficam crentes, adoradores, decididos, valentes, zelosos, missionários. Compreendem, então, que a última palavra de Deus não é a cruz, mas é o sim de Jesus dito ao longo de toda a sua existência histórica na indefetível união com o Pai, de quem sabe ser o Filho unigénito, e na inquebrável fidelidade a todos os irmãos, a quem serviu dedicada e apaixonadamente” – assinalou.
Na conclusão da sua homilia o bispo do Porto agradeceu às mulheres dizendo: “Às mulheres, a todas as mulheres a quem, porventura, o mundo deve mais que aos homens, os meus parabéns e o meu muito obrigado”. E fez-lhes um pedido: “na pequena Igreja, que é a família, e na grande Igreja, a Católica, elevem bem alto a luz de Cristo Ressuscitado e ajudem todos a caminhar à sua claridade. Aleluia. Feliz Páscoa.”
Bispo do Porto concluiu a Missa de Domingo de Páscoa com a Bênção Pascal. Com o Santíssimo Sacramento, à porta da Catedral anunciando a ressurreição à diocese do Porto.