
D. Manuel Linda afirmou que do “alto da cruz” Jesus “atrai os olhares porque se solidariza com a dor de todos”. A celebração na Catedral do Porto teve transmissão online no facebook da diocese do Porto.
Por Rui Saraiva
No Domingo de Ramos o bispo do Porto presidiu à Eucaristia na Catedral do Porto. Uma celebração transmitida online no facebook da diocese do Porto.
Neste início da Semana Santa, o relato da Paixão orienta o sentido dos acontecimentos vivenciados na Páscoa do Senhor. D. Manuel Linda referiu que o “acontecimento do Calvário” é motivado pela Paixão de Cristo que “acontece para a vida do mundo” – salientou o bispo do Porto na sua homilia.
“Eis o grande paradoxo cristão: o Senhor da glória submete-se à mais degradante e dolorosa humilhação para que a vida de toda a humanidade seja alimentada com o pão do trigo cuja semente a terra fez morrer” – disse o bispo do Porto assinalando que nós, provavelmente, “desejaríamos um Cristo triunfante, glorioso, que se impusesse pelo seu esplendor”.
Jesus, contudo, não é desta forma que “se faz ver”, mas “como farol no cimo da torre” atraindo “os olhares da multidão” do “alto da cruz” – afirmou o prelado.
Cristo “atrai os olhares porque se solidariza com a dor de todos” – declarou D. Manuel Linda recordando que “perante a cruz, como as mulheres e o discípulo João, alguns sofrem e demonstram esse sofrimento nas lágrimas”.
Mas, Jesus vai lançar o seu olhar para todos aqueles “que se riem e provocam o Crucificado” porque também eles conhecem bem “o sofrimento, naquele ou em qualquer outro momento das suas vidas”. E “Jesus, compadecido, solidariza-se com esse sofrimento, a ponto de lhes perdoar, de pedir ao Pai desculpas por eles ‘que não sabem o que fazem’” – declarou D. Manuel Linda.
Tudo isto o Senhor faz porque “ama com amor de doação, generoso, sem esperar nada em troca”. A cruz é, assim, “símbolo dessa nova atitude” de bondade e amabilidade – frisou.
“Colocada bem no alto do monte Calvário, a cruz é farol para uma humanidade que precisa de encontrar um sentido para a vida: é farol que guia o itinerário, atrai o olhar e ilumina a rota” – disse o bispo do Porto na conclusão da sua homilia na Eucaristia de Domingo de Ramos.