Por Lino Maia
Através das suas diferentes representações, as Entidades do Sector Social e Solidário têm presente a importância do serviço prestado às comunidades em todo o território nacional. A presença permanente com um serviço diário, há mais de cinco séculos, confere-lhes um prestígio junto das populações que ao mesmo tempo resulta numa enorme responsabilidade de resposta em primeira linha aos anseios e dificuldades locais.
Esta realidade compromete todos a um esforço contínuo de ajuda e apoio técnico aos milhares de dirigentes e profissionais que, diariamente, promovem os valores e dão sentido à missão destas instituições.
Neste propósito assume especial relevância o modelo de parcerias de cooperação que confortam as entidades da economia social na sua relação com o Estado na lógica do serviço público em subsidiariedade.
No compromisso com as pessoas e com o País, as Entidades do Sector Social e Solidário tudo farão para capitalizar valor, saber, apoio e meios técnicos e financeiros, que permitam aumentar a rede e a excelência do serviço que prestam às populações.
Deseja-se que este serviço seja abrangente, mas não redundante, seja universal e sustentável, seja próximo e humanizado, seja disponível e cooperante, seja inovador e criativo, mas seja, acima de tudo, de entrega e de afetos.
Para este exigente desafio, há que encontrar os recursos e meios que permitam as organizações do terreno trabalhar com tranquilidade, autonomia, responsabilidade, regulação e, sobretudo, com a segurança de uma legislação adequada e com a sustentabilidade financeira indispensável.
Os Fundos Comunitários e muito em especial os recursos disponíveis no quadro do Plano de Recuperação e Resiliência, constituem um importante incentivo ao desenvolvimento e coesão social do País e o sector da economia social assume-se como parte integrante desse desafio.
Estão no terreno com proximidade e capacidade de reduzir custos e economizar recursos. Estão no terreno com grande envolvência de profissionais a quem dão emprego e que, por isso, se fixam em regiões demograficamente deprimidas. Estão presentes na vida de milhares de crianças, contribuindo para o seu crescimento harmonioso com uma educação intelectual, cívica e moral. Como poucos, estão habilitados a cuidar da deficiência garantindo o seu bem-estar e integração na sociedade. Estão na linha da frente no cuidado social a uma população envelhecida e com crescentes patologias degenerativas. Estão no terreno nos cuidados de saúde onde uma experiência de séculos as responsabiliza a serviços de excelência.
Mas estão igualmente empenhados na inovação e no desenvolvimento de novas respostas que minimizem o isolamento, a solidão, o sofrimento e as desigualdades de oportunidade das populações.
Em nome das pessoas que servem, estão empenhadas em ganhar o futuro com novas soluções que integrem e não excluam, mas que acima de tudo, promovam a felicidade. Estão apostados em modernas estratégias que evitem institucionalizações precipitadas. Soluções e respostas que apostem na prevenção e nos hábitos de vida saudável. Num planeamento conjunto estão apostadas na ação preventiva para evitar a irremediável e dolorosa reação curativa.
Em Portugal as Entidades do Sector Social e Solidário já deram prova da sua capacidade de adaptação aos desafios esperados, mas também às crises emergentes a cuja urgência importa dar resposta imediata e qualificada.
No centro das preocupações das Instituições estão as pessoas e acreditam que, aliando o saber e o conhecimento aos meios e apoios disponíveis, conseguirão promover uma sociedade mais inclusiva e menos desigual.
Pelos valores que as sustentam e a missão que as anima, estão mobilizadas e fortemente capacitadas para desempenhos de futuro, em cooperação e diálogo, numa agenda inovadora que se impõe.
Importa que este desafio seja pautado pelos princípios de grande humildade, mas com ambição de poder apoiar as Pessoas, criar Inovação, assegurar a Sustentabilidade e garantir o desenvolvimento das regiões para uma plena coesão social em Portugal.
Pelo que não podem ser ignoradas no Plano de Recuperação e Resiliência: confrontam-se com enormes dificuldades e carecem de “vitamina” …