Igreja de Inglaterra reduz pegada carbónica

Por Joaquim Armindo

Temos falado muito na relação entre a agressão que o planeta Terra é vítima por parte dos humanos, mas, muito pouco, que tudo na nossa vida está conectado. Não digo que não digamos, até dizemos, mas reduzimos a diakonia a uma série de relambórios, em que nunca estão presentes a ação decisiva para ocorrer ao fanatismo de tantos em quererem sufocar o planeta, pela indiferença e a inação. A indiferença perante a saúde da nossa Casa Comum, é apanágio das nossas ações, a urgência de todas as Igrejas – de quaisquer tradições -, estar juntas, no combate sem tréguas, contra o descarte que estamos a fazer ao planeta onde vivemos. A desfaçatez, que se traduz na rejeição de Jesus morto e ressuscitado, é tal, que nos preocupamos muito mais, na realização de serviços de manutenção, que na manutenção preventiva e preditiva. Mas manutenção que sirva o nosso bem-estar, esclarecendo-nos sobre as ligações entre o COVID -19 a defesa de todos os seres vivos, porque esta pandemia é o corolário do descarte que temos efetuado da Criação. Deus vê mais como tratamos do Jardim do Éden, do que em serviços repetitivos que pouco louvam e dão Glória a Deus, esquecendo-nos que a Glória de Deus, é a Glória da criação do ser humano e o seu ambiente vital.

Temos, porém, exemplo de igrejas que tomam como parte da sua missão e diakonia a defesa do da Terra, que nos alimenta devidamente. Neste caso, um exemplo é a Igreja Inglesa – Anglicana, que no seu Sínodo Geral, de 2020, definiu que a pegada carbónica em 2030, será zero. Usando uma ferramenta designada por Energy Footprint Tool (EFT), testou, em relatório, dados sobre a pegada carbónica. Os dados do relatório revelavam que 5% das igrejas já tinham uma pegada carbónica zero e existia uma redução da pegada carbónica em 12,5% das igrejas de todo o país. Um dado interessante é que a pegada carbónica na Igreja, apenas no referente ao uso da energia elétrica, era de 185 000 toneladas de gases com efeito de estufa, medidos em toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e).

A partir deste número, foram tomadas decisões, como o uso de tecnologias mais limpas, de eletrodomésticos usando gases não poluidores, um cuidado permanente em verificar o uso do automóvel e o uso de energia renovável, o que se traduziu pela redução da pegada carbónica em 22%. O bispo nomeado para seguir o andamento da redução da pegada carbónica, D. Nicholas Holtam, bispo de Salisbury, saudou esta redução e disse ser necessário: “trabalhar nisso em todas as comunidades da Igreja – igrejas, capelanias, escolas, lares e escritórios – à medida que avançamos em direção à nossa meta de 2030 para o bem do mundo que Deus ama.”

A Igreja Portuguesa, deve dar uma resposta, também, à situação dramática da Criação, nomeadamente implementando soluções de até 2030, de reduzir a zero a sua pegada carbónica.