Por Rui Saraiva
No passado domingo, 24 de janeiro, Marcelo Rebelo de Sousa, conseguiu ser reeleito para um segundo mandato presidencial atingindo 60,7%. Em concreto: 2.533.799 votos expressos.
O Presidente da República renova o seu mandato ganhando em todos os distritos e em todos os concelhos do país, algo inédito numa eleição presidencial e que vem confirmar o seu perfil politicamente transversal, reforçando a sua posição para este novo mandato.
No seu discurso de vitória afirmou que “quem recebe um mandato tem de continuar a ser um presidente de todos e de cada um dos portugueses. Um presidente próximo, um presidente que estabilize, um presidente que una, que não seja de uns, os bons, contra os outros, os maus” – afirmou.
O Presidente reeleito referiu-se, em particular, à pandemia de covid-19 declarando ser necessário “não deixar esmorecer a esperança”. “A melhor homenagem que podemos prestar aos mortos é cuidar dos vivos e, com eles, recriar Portugal” – frisou Marcelo Rebelo de Sousa.
Em segundo lugar nesta eleição presidencial ficou Ana Gomes, ex-deputado europeia pelo Partido Socialista, que desejava uma segunda volta. Na noite eleitoral reconheceu ter falhado esse objetivo. Alcançou 12,97% dos votos. Não teve o apoio do seu partido, mas conseguiu ser a mulher mais votada de sempre em eleições presidenciais.
Com quase meio milhão de votos ficou em terceiro lugar nesta eleição o deputado André Ventura, líder do Chega bem à frente dos candidatos João Ferreira do Partido Comunista que atingiu 4,32% e de Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, que se ficou por 3,95% dos votos. Destaque na noite eleitoral para o resultado de Tiago Mayan Gonçalves, do partido Iniciativa Liberal, uma novidade nestas andanças eleitorais e que conseguiu mais de 134 mil votos com 3,22%. Por fim, em último lugar ficou o popular Vitorino Silva, o “Tino de Rans” que, com poucos meios de campanha, conseguiu atingir mais de 122 mil votos.
Esta eleição presidencial ficou marcada pelo contexto de pandemia e de confinamento geral, elementos que podem explicar em parte a alta taxa de abstenção que atingiu o número recorde de 60,5%.
Marcelo Nuno Duarte Rebelo de Sousa tem 72 anos e continuará a ser Presidente da República Portuguesa até 2026. O seu discurso de vitória foi proferido na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, instituição onde foi professor durante muitos anos e de onde parte agora para um segundo mandato presidencial.