A minha paróquia na pandemia: Santo André de Gião

Testemunhos para resistir ao coronavírus. 

Viver um crisma em tempo de pandemia…                                                            

No passado dia 25 de outubro decorreu a celebração do Crisma na paróquia de Santo André de Gião, na qual participaram 17 jovens, tendo sido presidida pelo Exmo. Rev.mo Bispo Auxiliar do Porto D. Vitorino Soares. Esta cerimónia foi realizada de forma atípica, resultado do contexto atual de pandemia que nos fez viver esta celebração segundo as medidas da CEP e da DGS.

Nesse dia, coube ao grupo de catequese ao qual pertenço reafirmar o seu “sim” ao Espírito Santo, através da sua força vigorante que nos reuniu a todos como filhos em Cristo (Ef. 1, 5), Ele que é o nosso amparo e baluarte em todos os momentos da nossa vida.

De facto, foi um dia de uma colossal estranheza mas ao mesmo tempo repleto de felicidade pelo simples de facto de olharmos para trás e depararmo-nos com inúmeras montanhas e colinas verdejantes onde existe um caminho de vida, por vezes agreste, é certo, mas sempre com Jesus ao nosso lado, o nosso companheiro e amigo de vida desde que nos enviou no dia do nosso batismo a “ser sal da terra e luz do Mundo” (Mt 5, 13-14). Passados cerca de dez anos de catequese, “o meu coração se alegra, a minha alma rejubila” (Sal 16, 9) e canta de alegria quando este mesmo Deus, que é amor, nos convida a reafirmar o amor que temos por Ele.

É tão bom quando pegamos no baú das memórias e recordamos os momentos desta jornada infinita em que caminhamos todos como família de Cristo! Memórias repletas de carinho por parte de todos os que nos rodeiam, rodearam e hão de rodear (amigos, catequistas, família, padres, diáconos); de fraternidade; de indecisões; de quedas no caminho e quando nos reerguemos tantas vezes com a mão de Cristo, inúmeras imagens pairaram e voltam a pairar neste exato momento enquanto redijo este testemunho para Vós.

Não dispersando do tema inicial proposto, que retrata a vivência de um sacramento neste tempo hostil e medonho, confessamos que a sensação e a clareza dos sentimentos expressos, ao confrontarmos com as outras celebrações e sacramentos em que não se usava a máscara foi, como dizemos muito nos dias de hoje, “diferente” e com uma interpretação um bocado complexa. Sentimos que faltou aquele sorriso por parte de todos, que a máscara tanto oculta, aquele mover dos lábios, aquele mover brando de olhos, que é desfocado por vezes ao centralizarmos tanto na máscara, aquela palmadinha junto com um sorriso, aquele à vontade de não ter uma distância a observar e aquele colega ao nosso lado com quem às vezes segredamos, entre outros momentos que com esta pandemia se perderam, por questões de segurança.

Por fim, pedindo a graça de Deus, anseio que esta pandemia se converta numa memória do tempo e da História e que possamos de novo voltar à dita normalidade que tanta saudade deixa.

(inf: Celso Gomes)