As homilias do bispo do Porto no Tempo de Natal

Foto. Rui Saraiva

D. Manuel Linda celebrou Eucaristia na Catedral do Porto a 25 de dezembro, Dia de Natal e na Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus no primeiro dia do ano 2021. Publicamos o olhar da Agência Ecclesia sobre as homilias proferidas pelo bispo do Porto.

 

Dia 25 de dezembro de 2020

Bispo convida a celebrar Natal como festa da esperança

O bispo do Porto pediu que o Natal seja a “festa da esperança” e o “início da vida nova” para todos os que sofrem com a pandemia de Covid-19. D. Manuel Linda falava na Missa do Dia de Natal, celebrada na Catedral do Porto.

“Amados por Deus e com Jesus connosco”, a “angústia, o desespero, a tristeza e os medos não podem existir onde já existe a salvação”, sublinhou o responsável católico, citado pela Renascença.

O bispo do Porto dirigiu-se às crianças que não podem brincar na rua, aos adolescentes, aos “desempregados que só veem negrura à frente dos olhos”, aos casais, aos idosos separados das famílias e aos religiosos que não abandonam os seus fiéis, “não obstante o lobo medonho do vírus”.

“A todos eles a certeza de que a festa do amor e da esperança é, para nós, nas privações várias deste Natal, tal como no de Jesus, que está o início da transformação e do início da vida nova para o mundo”, sublinhou.

D. Manuel Linda falou num Natal com “tensão bipolar”, “com fé, mas ao mesmo tempo com receio de participar na eucaristia, com desejos de proximidade e cuidados de prudência, com a vontade de, ao menos uma vez por ano, sermos mais família e nem sequer podermos estar todos à volta da mesma mesa”.

 

Dia 1 de janeiro de 2021

D. Manuel Linda defende «nova cultura do cuidado» no pós-pandemia

O bispo do Porto apelou a uma “nova cultura do cuidado” no pós-pandemia, que respeito todo o sofrimento provocado pela Covid-19.

“Se a pandemia gerar uma nova cultura do cuidado, como se espera, então compensam-se e valeram a pena as dores que nos causou. E para nós que acreditamos no tal ‘resgate’ que Deus operou ao retirar-nos do mal para o reino da sua família, encaramos o futuro com esperança, alegria e entusiasmo”, assinalou D. Manuel Linda, na homilia da Missa da Solenidade Santa Maria, Mãe de Deus, divulgada pela diocese.

Segundo o responsável católico, os acontecimentos do ano 2020 mostraram a importância de cuidar “uns dos outros e da criação, a fim de se construir uma sociedade alicerçada em relações de fraternidade”.

“A pandemia que nos massacrou em 2020 exigiu uma específica cultura do cuidado. E ela verificou-se, em parte! Evidentemente, os problemas do nosso mundo não ficaram resolvidos e o sofrimento ainda não passou. Mas as atitudes adotadas pela maioria fazem-nos antever um futuro mais humano e mais solidário”, apontou o bispo do Porto.

“Como tem sido belo ver o empenho de tantos a nível do socorro e do tratamento sanitário, nas ações de voluntariado dirigidas aos mais atingidos pela crise, na revalorização da família, na investigação científica para o bem de todos, na procura de solução conducentes a novas políticas sociais em favor dos doentes e idosos, no tatear modelos de uma economia mais solidária”.

D. Manuel Linda citou a mensagemdo Papa para o Dia Mundial da Paz 2021, dedicada ao tema “A cultura do cuidado como percurso de paz”.

“O cuidado para com alguém é sempre um ato de amor que exige empenho. Pensemos no exemplo máximo dos pais para com o seu bebé como, certamente, foi o caso de Maria e José na relação com Jesus”, sublinhou.

“Porque Deus é Pai comum de todos, é possível, de facto, ampliar as fronteiras da família até ao círculo dos vizinhos e conhecidos; é possível encarar de frente o outro e ver nele um irmão, seja qual for a cor da pele, a raça, a religião ou a condição social; é possível olhar para os pobres, estejam perto ou longe de nós, e fazer nossas as suas angústias e misérias”, afirmou o bispo do Porto.