Paróquias da cidade do Porto junto dos pobres na pandemia

Foto: João Lopes Cardoso

Os párocos da cidade do Porto decidiram dar a conhecer a sua preocupação ao verificarem que este tempo de império Covid levou a fome a muitos lares e se vão a esgotando as capacidades das paróquias acudirem a tantas situações de emergência. Através dos seus serviços e sobretudo da atuação dos vicentinos, de grupos paroquiais da caridade e de outros voluntários, as paróquias vão respondendo a situações de emergência, percebendo que não poderão ir muito mais além, quando o número dos que procuram comida continua a aumentar.

Através de uma sondagem, 16 das 26 paróquias do Porto disseram o que têm dado, desde março a dezembro. E é essa informação que partilham, sem ares de reivindicação nem de protagonismo, mas no sentido de ver colocada na agenda pública a realidade da fome que está a chegar a muitos pelo desemprego, doença e outras causas.

Estas 16 paróquias da cidade do Porto já doaram mais de 664.907 Euros para travar a fome e noutros apoios sociais.

Em cabazes e alimentos (respostas sociais não institucionais) os organismos, grupos e movimentos paroquiais gastaram 81.330€, tendo beneficiado 942 famílias, o que representa 2558 pessoas. O apoio em medicamentos, farmácia, rendas de casa, faturas de eletricidade e água, alojamento foi de mais de 63.532€; e as refeições oferecidas nas paróquias ou fora representam 506.543€.

O Estado tem que responder ao problema do muito alto desemprego real quando tantas pequenas empresas fecham por não poderem aguentar mais. É necessário ainda que a sociedade civil colabore no apoio aos que, de repente, se tornaram pobres ou caíram em situação de desespero.

Neste campo de ação temos um grande trabalho realizado pela Câmara Municipal e associações voluntárias que servem alimentação na rua ou nas casas, cujo montante investido não nos compete avaliar.

Parece urgente que se reforcem as respostas e seja definido um programa integrado de apoio nesta que é a maior crise das últimas décadas. Os apoios dados pelas paróquias atingem todo o tipo de pessoas: crianças, idosos e adultos, pessoas com deficiência, jovens e gente em situação de sem-abrigo. Sabemos que há muito mais apoios do que os referidos, de que é exemplo a ação dos centros sociais paroquiais e outros grupos organizados, numa verdadeira onda de bem-fazer nas zonas de pobreza.

(vigararias Porto Nascente e Porto Poente)