Bispo do Porto escreve mensagem às pessoas que sentem “a dor da prisão”

Foto: João Lopes Cardoso

O bispo do Porto dirige neste tempo de preparação para o Natal uma mensagem às pessoas “privadas de liberdade”.  Tratando-as por “amiga” e “amigo”, D. Manuel Linda faz-se próximo daqueles que sentem “agudamente a dor da prisão”, em particular, neste ano em que “somos confrontados com o medo e o sofrimento que nos causa a pandemia e a consequente necessidade de menos contactos e mais distância física” – escreve o prelado.

Sublinhando a importância do Natal como “uma data muito esperada e festejada”, D. Manuel Linda assinala que o Natal de Jesus foi “muito estranho”: “um Menino que nasce num estábulo de animais, numa pobreza confrangedora e longe da casa habitual dos seus pais” – refere.  Mas esse Menino “por mais absurdo que isso possa parecer” foi o “portador do sentido de uma nova vida” para a humanidade.

“Desde o seu nascimento, milhões de milhões puseram n’Ele toda a sua esperança e razão de viver. Gostava que também tu assim fizesses e que Ele passasse a ser a grande Luz que ilumina a escuridão da nossa noite” – declara D. Manuel Linda.

Viver “à maneira de Jesus e pertencermos ao seu grupo” significa na Bíblia “nascermos de novo” – sublinha o bispo do Porto apontando cinco atitudes apresentadas pelo Papa Francisco na sua Encíclica “Todos irmãos”: proximidade, fraternidade, bem comum, encontro e amor.

D. Manuel Linda conclui a sua mensagem aos reclusos citando o Papa Francisco:

“É possível que tenhas muitas queixas a fazer a respeito de quem, porventura, te usou para o mal, te provocou, te traiu, te ofendeu, te prejudicou e te abandonou. É possível que tenhas muitas acusações a fazer a uma sociedade libertária que diz que tudo é possível e, depois, te deteve. É possível isso e muito mais. Mas também é possível recomeçar uma vida nova com a ajuda e companhia d’Aquele que consideramos o único Libertador e para quem “a bondade não é fraqueza, mas verdadeira força” (Todos irmãos, 243).

RS