JMJ 2023: símbolos em Portugal para um caminho de esperança

Foto: Tatiana Severino

Na celebração de entrega da Cruz e do Ícone da JMJ o Papa Francisco exortou os jovens a viverem grandes sonhos praticando as “obras de misericórdia” que são “as mais belas obras da vida”.

Esperança no caminho dos jovens: com a Cruz do Redentor e na presença de Maria, inicia-se uma Jornada que durará até 2023 no acolhimento ao mundo nas margens do Tejo.

Grandes sonhos de misericórdia

Os jovens portugueses que em Roma receberam os símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude, assumiram, em nome de todos, uma missão cheia de grandes sonhos, tal como disse o Papa Francisco na homilia da Missa celebrada na Basílica de S. Pedro na Solenidade de Cristo Rei no domingo 22 de novembro. “Não renunciemos aos grandes sonhos” – disse o Santo Padre.

“Queridos jovens, queridos irmãos e irmãs, não renunciemos aos grandes sonhos. Não nos contentemos com o que é devido. O Senhor não quer que restrinjamos os horizontes, não nos quer estacionados nas margens da vida, mas correndo para metas altas, com júbilo e ousadia. Não fomos feitos para sonhar as férias ou os fins-de-semana, mas para realizar os sonhos de Deus neste mundo. Ele tornou-nos capazes de sonhar, para abraçar a beleza da vida. E as obras de misericórdia são as obras mais belas da vida. Se tens sonhos de verdadeira glória – não da glória passageira do mundo, mas da glória de Deus –, esta é a estrada; porque as obras de misericórdia dão mais glória a Deus do que qualquer outra coisa” – disse Francisco.

Os grandes sonhos começam-se a realizar tomando “opções grandes” – sublinhou o Papa exortando os jovens do Panamá e de Portugal presentes na Missa, a não se restringirem a “escolhas banais”, mas a assumirem escolhas que renunciem ao egoísmo e às dependências que fazem viver “fechados e na indiferença”. “Se nos gastarmos pelos outros, tornamo-nos livres” – disse Francisco frisando que “o Senhor da vida nos quer cheios de vida e dá-nos o segredo da vida: só a possuímos, se a dermos” – afirmou. E estas são opções que devemos tomar todos os dias no nosso coração para escolher não aquilo que apetece, mas aquilo que faz bem:

“A opção diária situa-se aqui: escolher entre o que me apetece fazer e o que me faz bem. Desta busca interior, podem nascer escolhas banais ou escolhas de vida. Depende de nós. Olhemos para Jesus, peçamos-Lhe a coragem de escolher o que nos faz bem, de caminhar atrás d’Ele pela via do amor e encontrar a alegria” – afirmou o Papa na conclusão da sua homilia.

De referir  que no momento da passagem dos símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude dos jovens panamianos para os jovens portugueses, o Santo Padre tomou anunciou que o Dia Mundial da Juventude, celebrado anualmente em cada diocese, passa a ser na Solenidade de Cristo Rei. Deixa, assim, de ser celebrado no Domingo de Ramos.

Emoção e responsabilidade

Era grande a emoção e a alegria dos jovens portugueses que viveram este momento de início do caminho de preparação para a Jornada Mundial da Juventude de 2023. Estiveram presentes jovens das dioceses de Viana do Castelo, Funchal, Beja, Bragança-Miranda, Portalegre, Vila Real, Coimbra, Porto, Lisboa, Lamego, Braga e ainda a Diocese das Forças Armadas e de Segurança.

Da diocese do Porto estiveram em Roma o padre Bruno Dinis e a Tatiana Severino. Antes de partirem falaram com Voz Portucalense. A Tatiana Severino tem 26 anos e é de Leça da Palmeira e pertence ao Secretariado Diocesano da Pastoral Juvenil do Porto. Deixou o seu depoimento que aqui publicamos:

“Parto neste preciso momento para Roma para ir buscar os símbolos das Jornadas Mundiais da Juventude na comitiva de Portugal. Sinto-me feliz por ter sido escolhida para representar a juventude do Porto, mas também com a responsabilidade que tal escolha me dá. Porque sinto que levo no coração cada um dos jovens da diocese, com a alegria e a força que tão bem caracteriza a nossa juventude. Está-me muito presente a oração que o Papa Francisco fez em frente a uma Cruz e a um Ícone pedindo o fim da pandemia. Penso que a juventude portuguesa pode seguir o exemplo e à semelhança do Santo Padre incorporar nas suas orações a Cruz e o Ícone. Com os símbolos em Portugal vamos sentir mais a presença da Mãe, do abraço, do aconchego, do dizer sim e toda a força necessária para organizar a Jornada que temos pela frente, com o desafio acrescido que a pandemia nos trouxe. Nunca esquecendo a Cruz de todos os dias que é o próprio Cristo.”

O padre Bruno Dinis é missionário passionista e tem 38 anos. Eis o seu depoimento:

“Há uma grande expectativa de todos nós, porque a esperança que vem da Cruz de Jesus dá-nos, neste momento, ainda uma maior força nesta fase crucial da História por causa da pandemia. Mas, ao mesmo tempo, porque é um dom para os jovens poderem receber este símbolo do cristão e o Ícone da Nossa Senhora, que nos anima a todos nesta preparação para a Jornada Mundial Lisboa 2023. A esperança que vem da Cruz faz-nos perceber que esta é uma hora difícil, mas que aqui os jovens podem encontrar um sentido para aquilo que estamos a viver.”

A delegação portuguesa presente no Vaticano foi chefiada pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente acompanhado pelos coordenadores da JMJ e bispos auxiliares de Lisboa, D. Américo Aguiar e D. Joaquim Mendes.

RS