“O sofrimento e a morte não podem ser confinados”

Missa em Fátima pelas vítimas da pandemia. 

D. José Ornelas, Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, presidiu a uma Eucaristia que reuniu 20 bispos e na qual estiveram o Presidente da República e o Primeiro-Ministro.

Na manhã de sábado dia 14 de novembro, algum tempo antes de ter início o primeiro fim-de-semana de confinamento nacional, entre as 13 horas de sábado e as 5 horas de domingo, teve lugar na Igreja da Santíssima Trindade, na Cova da Iria em Fátima, uma Eucaristia pelas vítimas da pandemia. Uma celebração que evocou as famílias, os profissionais de saúde e os cuidadores de quem sofre.

Presidiu à Missa D. José Ornelas, bispo de Setúbal e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). Presentes o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o Primeiro-Ministro, António Costa e várias outras entidades que se quiseram associar a esta homenagem pelas vítimas da pandemia de Covid-19.

Na sua homilia, o presidente da CEP sublinhou que a defesa da vida, o sofrimento e a morte são universais e não devem ser confinados:

“A crise tem-nos mostrado que o sofrimento e a morte não podem ser confinados e que só juntos, com o esforço e a responsabilidade de todos podemos construir um mundo aceitável para todos, em que nos cuidemos mutuamente. Assim como a dimensão do sofrimento e da morte são universais, assim também deve ser a defesa e o cuidado dela” – afirmou.

D. José Ornelas apelou a uma mobilização incondicional da sociedade para defender a vida “com responsabilidade, competência e generosidade”.

“A pandemia que está a condicionar todo o planeta coloca-nos diante da evidência do dom precioso que é a vida humana e de todas as capacidades de que somos capazes para a defender, mas igualmente da fragilidade do nosso ser individual” – disse o presidente da CEP.

O bispo de Setúbal recordou na sua homilia não só “aqueles e aquelas que nos deixaram”, mas “também quanto os acompanharam de mais perto na derradeira etapa da vida, a maior parte deles nos hospitais e nos lares”. Lembrou os profissionais de saúde, os investigadores e os cuidadores.

D. José Ornelas comentou também a passagem do Evangelho relativa à ressurreição de Lázaro, para deixar uma mensagem de esperança às famílias enlutadas, nestes meses de pandemia.

Durante a celebração, os participantes rezaram para que os responsáveis políticos “promovam medidas justas, de caráter sanitário, social, económico, cultural e espiritual, que permitam levar esperança a toda a sociedade”.

No final da Missa, D. José Ornelas pediu que todos sejam “respeitadores e propagadores de vida”. “Que possamos levar sempre o sinal da esperança, de que Deus é maior do que todas as nossas crises. Com Ele, nós venceremos também esta” – concluiu.

RS com Agência Ecclesia