
É da tradição da Igreja dedicar específicos tempos a temáticas urgentes e inadiáveis: Dia Mundial da Paz, Dia das Missões, Semana da Vida, etc. Um dos temas propostos há mais tempo e com maior intensidade é precisamente o dos Seminários. É que a Igreja sabe que eles constituem como que o coração que há de bombear o sangue que vivificará todo o corpo eclesial.
Sim, o sacerdócio comum dos fiéis será tanto mais valorizado, apreciado e exercitado quanto mais o ministerial viver para ele. Na prática, o sacerdócio ordenado é condição da promoção dos leigos e do seu sacerdócio comum. Engana-se quem vive de chavões e anda por aí a propalar que esta é a “hora dos leigos” e, como tal, se bastam a si mesmos e não precisam dos sacerdotes. A experiência demonstra que são precisamente os leigos mais esclarecidos e ativos quem mais reclama o ministério insubstituível dos padres.
Não existe oposição entre clero e laicado. Pelo contrário: um clero que não existisse para o serviço do povo de Deus nem tinha razão teológica de ser nem sequer sentiria identidade eclesial. E, da parte dos leigos, sabemos bem que uma laicidade sem sacerdotes quase sempre se transforma em laicismo anti fé: sem um clero que saiba ocupar o seu lugar e dedicar-se de alma e coração à causa do povo de Deus, a laicidade que, por si, é sadia, facilmente decai no laicismo doentio e rançoso, quando não velhaco e opressor.
A Semana dos Seminários é desafio para os fiéis refletirem nisto e empenharem-se, de alma e coração, na causa sacerdotal. A vários níveis: na dedicação e apreço pelos sacerdotes; na visita aos velhinhos e doentes; no despertar vocacional persistente e contínuo; na oração “ao Senhor da messe para que envie operários para a sua messe”; na ajuda económica significativa, incluindo possíveis heranças; enfim, na divulgação afetiva desta causa e na simpatia por ela demonstrada.
Os cristãos precisam de Padres. Então, ajudem a formá-los no único lugar possível onde um jovem generoso se transforma num Pastor “com o cheiro das ovelhas”: o Seminário.
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