Nadir Afonso revelado na Universidade do Porto

Para comemorar o centenário do nascimento de Nadir Afonso, a Universidade do Porto em patentes no edifício da Reitoria uma exposição de inéditos da sua obra, incluindo o lançamento de livros, palestras e um institui um prémio para trabalhos multimédia sobre a sua obra.

Nadir Afonso (1920-2013), natural de Chaves, onde nasceu a 4 de dezembro de 1920, foi antigo estudante, formado em Arquitectura e Doutor Honoris Causa pela Universidade do Porto, é considerado um dos maiores pintores modernistas portugueses. Neste ano do centenário do seu nascimento recebe uma homenagem que inclui a exposição de mais de cem trabalhos inéditos e nunca antes expostos ao público, a qual se encontra na Reitoria da Universidade do Porto, até 23 de dezembro de 2020, com o tema “100 Anos Nadir, Inéditos”.

A exposição, de entrada gratuita, “constitui uma viagem por um repertório estético e teórico que fez inventar a arte moderna portuguesa da segunda metade do século XX, bem como a vanguarda europeia e francesa do pós-guerra”.

O curador da exposição, António Quadros Ferreira, afirma que “100 Anos Nadir, Inéditos” tem como foco a “Máquina Cinética” (única obra não inédita), promovendo uma reflexão em torno de pinturas, guaches e estudos mostrados ao mundo pela primeira vez, num diálogo constante entre o pensamento e a obra, desde a formação até ao final da carreira artística. Em Paris colaborou com Le Corbusier e no Brasil com Óscar Nyemeier, referências da arquitetura mundial.

Uma visita à exposição revela as suas interpretações de um percurso do mundo, a partir de leituras icónicas dos espaços de Paris (1946-52), Egipto (1950-54), e um universo de cidades do mundo, reveladas pela sua visão/leitura através de imagens que interpretam mais do que identificam. É essa a missão do pintor, não descrever, mas interpretar. Entre as cidades encontramos imagens de Santarém, Braga, Zurique, Lyon, Belfast, Belgrado, Berlim, Tunes, Valencia, Salzburgo, Belo Horizonte – um universo alargado de percursos e de leituras.  Revelam-se também publicações da sua autoria em francês e inglês.

Encontram-se os estudos que conduziram à “Máquina Cinética” e é apresentado um filme sobre a Fundação Nadir Afonso, em Chaves, um edifício próprio desenhado pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira, e que constitui um equipamento cultural de referência em toda a região do Alto Tâmega, ao qual se associa, como sua extensão, o Centro de Artes Nadir Afonso, em Boticas, onde se pode encontrar parte do espólio pessoal do pintor.

A disponibilização da presente exposição na Universidade do Porto constitui uma oportunidade para o conhecimento da obra de um dos grandes pintores do século XX em Portugal.

CF