
Neste tempo de confinamento nos Lares, o bem-estar dos idosos depende, em grande parte, da responsável ou Diretora Técnica e das funcionárias. Estas têm recebido formação apropriada para o exercício da sua missão. Admiramos a dedicação, o carinho e o acolhimento que dão aos idosos, apesar dos gestos, menos agradáveis, que recebem. Não é fácil cuidar de idosos. Nem sempre são dóceis. Muitos, agora, estão sofrendo de degenerescência mental. Exigem muita paciência, generosidade heroica, condescendência e benevolência.
Houve uma época, no princípio desta pandemia, na qual tanto a Diretora Técnica, como as funcionárias, generosa e heroicamente, viveram várias semanas, dia e noite connosco. A nossa gratidão.
Sensibilizava-nos ver o carinho, com que a Diretora Técnica cuidava dos velhinhos debilitados. Quando esta fase terminou, ela se confinou ao seu gabinete. Ficamos empobrecidos.
Verificamos que muitas destas Diretoras são Assistentes Sociais. Por decisões que tomam, denotam pouco conhecimento de psicologia dos velhinhos, ou seja, de Gerontologia Neste tempo de confinamento dos Lares o conhecimento gerontológico se tem mostrado mais que necessário e importante. Esta formação gerontológica abrange os campos da Biologia, da Psicologia e da Sociologia. Muito beneficiaria a qualidade de vida dos idosos.
São fortes os apelos, que se têm feito ao Governo, no sentido de se dotar os Lares de um médico e um enfermeiro. Sempre os tivemos. Seria ouro sobre azul se tivessem formação geriátrica.
Tememos o inverno, que se aproxima, pois temos que nos defender da ameaça violenta e perniciosa do vírus da gripe e do covid-19. Já são notórios os efeitos maléficos deste confinamento longo e doloroso. Estamos perante o apagamento lento da pessoa no campo psíquico, mental e social. Tem gerado a apatia e o marasmo, como também o mal-estar. Tornou-se habitual ou quase diária a vinda de ambulâncias ao Lar.
Não é um ambiente fácil de gerir, nem de viver!
padre Casimiro Alves