
A Igreja celebra no terceiro Domingo de outubro um Dia Mundial dedicado às Missões. É uma forma de lembrar o preceito dado por Jesus, no momento da sua Ascensão, de ir por todo o mundo, pregar o Evangelho a todas as pessoas e de as inserir na Igreja mediante o batismo (cf Mc 16, 15-20). Mandato que não se esgotou num tempo limitado, mas constitui implicação para qualquer altura da história.
Em Portugal, país que fez da missionação uma das suas facetas culturais ou forma de estar no mundo, particularmente a partir do repto lançado pelas descobertas do século XVI, não nos confinamos a um dia, mas é tradicional dedicarmos-lhe todo o mês. Até falamos em “outubro missionário”. Trata-se de uma daquelas temáticas eclesiais que mais penetra na alma do nosso povo.
O lema para este ano, escolhido pelo Papa Francisco, é: “Eis-me aqui. Envia-me”. É uma frase retirada do livro do Profeta Isaías. Quase à maneira humana, referindo-Se à urgente missão de trazer de volta o povo que se tinha esquecido do seu Deus, o Senhor interroga-se: “A quem enviarei?”. E o profeta, que poderia apontar para uma outra pessoa qualquer, corajosamente, não foge à responsabilidade: “Eis-me aqui. Envia-me” (cf Is 6, 8-10).
Hoje, existe igual urgência. Se, naquela altura, o povo se tinha afastado de Deus, na atualidade, quatro quintos da humanidade não O conhece. Então, quem enviar? O nosso vizinho? O padre ou a freira? O rapaz ou a menina que algum dia se colocaram a questão vocacional?
A Missão não exclui ninguém e reclama todos. Não exclui esses, mas não escusa qualquer outra situação social ou eclesial: os jovens e os casais, os solteiros e os menos novos. Ninguém! Porque se é verdade que é determinante a figura tradicional do missionário-padre, hoje, a atividade missionária não se pode reduzir a ele. Na Missão todos têm cabimento. E obrigação.
Para fazer o quê? Os campos são imensos. Mas dois determinantes: o anúncio explícito da fé, a que chamamos evangelização; e a promoção humana ou ajuda ao desenvolvimento. Para este, é necessária a generosidade que leve a contribuir financeiramente; para anunciar a fé… basta ter fé. De facto, o anúncio não é uma questão de técnica: é apenas uma expressão de amor. Quem crê e ama Deus compromete-se a fazer com que outros O conheçam.
“A quem enviarei”? A mim, a ti, a todos. Aos generosos.
És desse grupo?
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