
Publicamos em “Tribuna do Leitor” as mensagens enviadas pelos leitores de Voz Portucalense. Divulgamos aqui algumas das mais recentes.
Acolhemos com muito carinho todas as chamadas de atenção e informações que nos enviam sobre os conteúdos jornalísticos que produzimos. Temos sempre publicado essas mensagens na nossa edição impressa.
O nosso sincero agradecimento pela partilha das opiniões. São um grande estímulo para o serviço de informação que produzimos na nossa relação em papel e no ambiente digital.
Um texto caído do céu. A nova instrução sobre a conversão pastoral das comunidades paroquiais.
‘A conversão pastoral da comunidade paroquial ao serviço da missão evangelizadora da Igreja’, instrução da Congregação do Clero acabada de sair (20 de Julho de 2020), é mais um texto caído do céu.
A grande reforma da Igreja continua por fazer. Pretende ir ao encontro do mundo sem olhar para o mundo. Como é possível que, seis anos após a chegada de Francisco a Roma, Roma continue a oferecer as panaceias para a conversão pastoral construindo um texto cozendo tiradas do Papa reformador com os beatíficos cânones do Direito Canónico. Como é possível que, num primeiro texto pós-pandemia, simplesmente se ignore uma circunstância que pode ter colocado em questão toda esta estrutura que aqui, sem mais, se apresenta. São 124 pontos, vindos de uma outra galáxia, que poderiam vir datados de 20 de julho de 1969 (o dia em que o módulo Eagle da Apollo XI alunou).
É um texto que nos é oferecido num mau português (numa má tradução, em que o tradutor é mesmo muitas vezes traidor), que apresenta uma eclesiologia que pode e deve ser questionada, e que continua a enfermar do esquecimento do povo de Deus e do sacerdócio comum dos fiéis (com as suas naturais consequências), já para não falar de outras (e muitas) realidades que simplesmente não fazem parte deste apelo à conversão pastoral. Apetece dizer: ‘Roma (non) locuta est’.
João Pedro Brito, Matosinhos
Um reconhecimento e uma sugestão
Sensibilizou-me muito a simpatia que mereceu a minha homenagem ao poeta Joaquim Namorado, e peço licença para sublinhar o meu agradecimento com a oferta de uma das obras mais importantes que publiquei, eminentemente patriótica, como se deduz do Prefácio do Senhor General Ramalho Eanes.
José da Cruz Santos, Editor de “Modo de Ler”
ND – A obra a que se refere José da Cruz Santos foi publicada em 2014, e intitula-se “21 Personalidades dos séculos XX-XXI escolhem as vinte e uma personalidades portuguesas do milénio”, com prefácio de António Ramalho Eanes, entrevistas e notas de Valdemar Cruz e coordenação de José da Cruz Santos, edição Modo de Ler.
Vale a pena lembrar os autores e as personalidades apresentadas.
José Matoso apresenta Afonso Henriques; Maria Helena da Rocha Pereira (entretanto falecida) lembra Pedro Hispano; Eduardo Lourenço recorda Infante D. Henrique; Nikias Skapinakis fala de Nuno Gonçalves; Maria de Sousa revela Garcia de Orta; António Borges Coelho recorda Fernão Mendes Pinto; Vasco Graça Moura (entretanto falecido) analisa Luís de Camões; Urbano Tavares Rodrigues (também falecido) apresenta o Prior do Crato; Marcelo Rebelo de Sousa refere Padre António Vieira; Sobrinho Simões recorda Ribeiro Sanches; Freitas do Amaral (também falecido) apresenta Mouzinho da Silveira; Miguel Veiga (também falecido) lembra Almeida Garrett; Guilherme de Oliveira Martins recorda Alexandre Herculano; Manoel de Oliveira (também falecido) lembra Teixeira de Pascoaes; Rui Vieira Nery apresenta Aristides de Sousa Mendes; Eduardo Souto Moura revela Fernando Pessoa; D. Januário Torgal Ferreira confronta D. António Ferreira Gomes; Carlos Carvalhas perfila Álvaro Cunhal; Mário Cláudio projeta Agustina Bessa-Luís; Carlos do Carmo mostra José Saramago.
Trata-se pois de um retrato multifacetado, tanto pelos retratados como pelos retratantes, do universo mental do mundo português ao longo dos tempos (de Afonso Henriques a José Saramago e Agustina, os mais recentemente falecidos) e do nosso tempo. Vale a pena ler e apreender este universo histórico e mental.
Neste livro nos reconhecemos de outro modo.
Não desistir da festa
Li com muita atenção o artigo “Não vamos desistir da Festa”, inserto na edição da Voz Portucalense de 10 de junho último. E ocorreu-me escrever-lhe para corroborar o sentido do título, porque, na realidade, não faz sentido desistirmos da festa. E não precisamos.
De facto, a pandemia que nos assolou teve e terá efeitos nefastos na nossa economia em geral, mas em particular, porque é disso que se tata, em todo o setor que gira à volta das romarias e das festas religiosas. Não podemos ficar indiferentes em relação aos afetados, em áreas como a diversão itinerante, a indústria pirotécnica ou as badas filarmónicas.
Sim, as nossas festas, incluindo as manifestações religiosas, têm um inestimável valor para a economia. A juntar a isso, temos o inegável valor social, dado que contribuem para a autoestima das nossas gentes, por sentirem que, assim, respeitam a tradição que herdaram.
Por isso, senhor diretor, não podemos desistir da festa. Essa dicotomia entre o valor económico e o valor sentimental não pode ser quebrada.
Poderá haver razões, nomeadamente ligadas à saúde pública, que impeçam ou limitem a realização das festividades. Mas nunca as questões económico-financeiras podem ser a “desculpa” para que não se realizem. Veja, por exemplo, o meu caso, músico e cantor há tantos anos, com experiência vasta no campo litúrgico, mas não só, capaz de assegurar qualquer animação sem que isso implique gastos excessivos por parte da entidade organizadora.
Considerando as condicionantes que nos são impostas pela malfadada pandemia, resta-nos ser criativos para conseguirmos o desiderato de não desistir da festa. Porque não podemos desistir da festa. Porque os nossos concidadãos não nos perdoariam se desistíssemos da festa.
Estou, pois, ao dispor para, individualmente ou em grupo, dar o meu contributo para essa nobre tarefa de garantir que a “festa” se mantenha. Em nome da economia, em nome das tradições e sempre com o respeito pelas condições que nos são impostas por quem de direito.
Rafael Peixoto – Fiães
Poema inacabado
Não será já
A China
A maior potência mundial?!
Não terá já
A China
Criado inteligência artificial?!
Não terá
A China
A necessidade
De se encontrar com Deus?…
A. Teixeira Couto – Sande
Reconhecimento
Senhor Diretor
Permita que o felicite, bem como a toda a redação, pela qualidade do vosso semanário. Faço o pagamento da assinatura anual até abril de 2022 (2 anos). Peço que continuem a enviar o jornal para a mesma direção… Bom trabalho.
Marcelino Lopes da Silva – Soutelo, Vila Verde
ND – Ficamos muito gratos pelo reconhecimento do trabalho que realizamos em prol do da Igreja e do bem comum. Mais gratos ficamos por esta mensagem nos chegar de um sacerdote da Arquidiocese de Braga, da qual o Porto é sufragânea. Procuraremos continuar o nosso trabalho com ânimo renovado.
Senhor Diretor:
Cordial saudação de amizade e saudades.
Lembrei-me de o incomodar ao saborear o português nos suculentos artigos [da Voz Portucalense].
Creio que já nos habituamos e ainda bem, às frequentes manifestações de gratidão, justas, aos nossos médicos e enfermeiros, que diariamente sacrificam a saúde, a família e o seu merecido bem-estar ao serviço das vítimas do convid-19, que tantas pessoas e famílias faz sofrer.
Os relatos constantes nas televisões levam-nos a ver mais os números, que o sofrimento das vítimas sacrificadas pelo poder económico.
Tudo isto vem a propósito da vivência que enfrento no “campo de concentração do medo”, já lá vão quatro meses.
A suavizar este tormento, temos os “ANJOS” das empregadas, também prisioneiras, noite e dia, connosco neste Lar, sacrificando as famílias e sujeitando-se a ficar vítimas desta epidemia. Quantas já a estão sofrendo! São milhares em todo o mundo, diariamente, noite e dia, se sacrificam a dar apoio e carinho aos velhinhos e doentes, numa dedicação heroica!
Não sei se alguém já se lembrou de lhes prestar uma justa e merecida homenagem de louvor e agradecimento.
A minha vivência diária com elas me desperta a estima, admiração e gratidão.
Se achar justo e viável, pedia-lhe que escrevesse um artigo no seu jornal.
Padre Casimiro Ferreira Alves – Capelão da Santa Casa da Misericórdia de Lousada
ND – Muito obrigado pelas suas palavras. Não poderíamos ser mais eloquentes que a mensagem que nos transmite sobre o trabalho dedicado dos nossos profissionais de saúde. Uma coisa é reconhecermos, outra é experimentar como tão sentidamente nos refere na sua mensagem. Também a subscrevemos.
Conforto espiritual
Caros amigos, as minhas saudações.
Junto envio cheque no valor de cinquenta euros… para pagamento da minha assinatura da Voz Portucalense, que neste tempo de quarentena que estamos a viver é uma lufada de ar fresco que todas as semanas me entra em casa, a qual eu leio de fio a pavio e tirando lições para o dia a dia, quanta catequese sai das linhas escritas e conforto espiritual para a alma, agora que a nossa fé é posta à prova. Que Jesus ressuscitado conforte todos os que sofrem mais severamente a crise desta pandemia. Rezemos para que em breve nos possamos encontrar com Ele nas nossas comunidades. Grata por tudo o que fazeis para nosso bem e nos conforta nestes dias escuros desta provação.
Maria Eulália Tomé – Arouca
Nota do Diretor – Os nossos agradecimentos pelas suas palavras amigas. A nossa intenção é justamente a presença junto dos assinantes e leitores, com uma mensagem de ânimo e coragem.