Teve início no passado dia 17 de julho com a participação de mais de 62 artistas e tem como tema a água como fonte de vida e inspiração. É a 9ª edição da Exposição de Arte do Mosteiro Grijó.
Exposição enaltece o valor humano da criação artística
Por M. Correia Fernandes
Tem a participação de 62 artistas a exposição que a paróquia de Grijó, Vila Nova de Gaia, dedica este ano ao tema do significado da água como fonte de vida e de inspiração. Uma memória elaborada a partir do livro “A água na Teologia Bíblica” (Paulinas editora), recorda que a água é tanto sinal de vida e de bênção, como sinal da ausência de Deus (dilúvio). Os profetas a presentam a água como sinal de purificação, sinal da presença de Deus; no Batismo, sinal de conversão, em Jesus é fonte de vida; por isso anuncia à samaritana uma “água viva que jorra para avida eterna”.
Em torno do seu mosteiro setecentista, rico de história e de significado espiritual e cultural, a paróquia tem vindo a desenvolver, desde há anos, um projeto pioneiro no domínio da relação entre a Fé e a Cultura, duas das mais ricas dimensões da convivência humana.
Essa dimensão tem-se manifestado especialmente na Arte, expressão privilegiada da Fé, pelo apelo a criadores de diferentes formas e métodos, e usando diferentes materiais de expressão (pintura, escultura, desenho, acrílico e técnicas expressivas modernas). A isto se associa a outra forma universal da Arte: a Música, como aconteceu sempre nas grandes criações da História.
É nesta linha da relação entre a expressão artística e o sentido bíblico, teológico e espiritual que se situa o projeto designado como “Encontros de Grijó, do Mosteiro da São Salvador”, que associa a sua força histórica, litúrgica e artística da nossa tradição à “novidade” de expressões artísticas de hoje. A ligação da Igreja à criatividade de artistas, nos campos arquitetónico, pictórico, escultural e musical deu origem às mais notáveis obras primas da Humanidade.
Este ano a 9.ª Exposição Anual Coletiva de Arte decorre deste 17 de julho até 17 de setembro, integrada nas celebrações do Padroeiro de Grijó, São Salvador, com a orientação do pároco, Cónego António Coelho e do escultor Bruno Marques, contando com o apoio da Diocese do Porto e da Câmara Municipal de Gaia. A exposição, dentro do espírito do projeto batismal da Diocese do Porto, tem a designação de Aqua Viva -Água Viva, e insere-se também no conjunto de exposições do Projeto Onda Bienal promovido pela Cooperativa Cultural Artistas de Gaia.
Mesmo nas dificuldades e incertezas que neste ano se enfrentam, procura-se um sentimento de transcendência que pretende ser sinal de purificação e renovação, como propõe o projeto, recordando o papel da água na história do universo, na História da Humanidade e no sentido da salvação proposto na sagrada Escritura. “É símbolo de vida, purificação, providência, tem um caráter sacramental (Batismo) e revela a relação de Deus com o Homem”, como afirma a divulgação do projeto.
Entre as obras dos 62 artistas, um conjunto de trabalhos, notável pelo interesse e pela adesão que a iniciativa e o tema obtiveram e pela originalidade de algumas expressões, de que apresentamos alguns exemplos.