Um conjunto de 64 obras de Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992) podem ser visitadas até 26 de julho na Casa Museu Teixeira Lopes, em Vila Nova da Gaia.
Vieira da Silva, que se fixou em Paris a partir de 1926 e se integrou nos movimentos artísticos da capital francesa, foi casada com o pintor húngaro de origem judaica, Arpard Szenes, e tiveram de se exilar no Brasil em 1939. A multiplicidade das influências e da originalidade partilhada conduziu a obras muito diversas, que vão desde o descritivo ao abstrato. Ficaram célebres alguns dos seus quadros, com que celebrou a revolução de abril de 1974, como “A poesia saiu à rua”.
Uma reprodução de um quadro seu embeleza a estação do metro da Cidade Universitária de Lisboa. A exposição, originária da Fundação Arpard Szenes-Vieira da Silva, em Lisboa, revela o percurso da pintora luso-francesa, através dos seus desenhos, de fotografias familiares e de eventos artísticos, e de um filme que recorda o percurso da sua vida. Foi na França que recebeu o Grande Prémio Nacional das Artes. A sua Casa Museu em Lisboa ajudou a redescobrir o seu valor. Em 1977 foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago de Espada, do mérito científico, literário e artístico. A exposição na Casa Museu Teixeira Lopes tem entrada grátis, sujeita às normas de segurança sanitária. Damos relevo a um quadro seu que recorda o hino litúrgico “Veni Sancte Spiritus” (Vinde, Espírito Santo).