Serem embaixadores de Cristo para uma Diocese com coração, esta uma das mensagens principais da homilia do bispo do Porto nas Ordenações de sacerdotes e diáconos. Uma celebração marcada pela ausência de D. Manuel Linda por razões profiláticas devido à Covid-19.
A celebração das Ordenações neste ano de 2020 seriam sempre de especial cuidado pelas regras sanitárias a que todos estamos obrigados devido ao contágio do novo coronavírus. No entanto, com o bispo titular do Porto, D. Manuel Linda, ausente por necessidade profilática de confinamento, este momento tão importante da ordenação de novos presbíteros e diáconos teve uma intensidade espiritual muito maior.
Foi D. Vitorino Soares quem presidiu à celebração na Catedral do Porto substituindo o bispo do Porto. Na sua qualidade de bispo auxiliar da diocese, mas, em particular, na sua responsabilidade de reitor de Seminário Maior do Porto.
Na tarde de domingo, 12 de julho, foram ordenados presbíteros César Abílio Ventura Pinto, de Sendim, Felgueiras; Filipe Martins de Sousa Vales de Cedofeita, Porto; José Almonte Jesús, da República Dominicana; José da Silva Coelho de Freamunde, Paços de Ferreira; Misael Fermin Fermin Calderón da República Dominicana e José Joaquim Mendes da Costa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos).
Como diáconos foram ordenados Carlos Mauricio Sacta Llivisaca do Equador; Davide Emanuel Almeida da Costa de Rôge, Vale de Cambra e José Pedro de Magalhães Novais de Carvalhosa, Marco de Canaveses.
D. Vitorino Soares proferiu para todos a homilia de D. Manuel Linda. Desde logo, destaque para a sentida saudação do bispo do Porto às famílias dos novos presbíteros e diáconos, em particular, para as famílias dos novos presbíteros da República Dominicana e do novo diácono do Equador. Uma saudação em língua castelhana para estes alunos do Seminário Diocesano Missionário Redemptoris Mater, que está entregue aos cuidados do Caminho Neo-Catecumenal que sentiram a presença das suas famílias através da transmissão da celebração em direto nas plataformas diocesanas de youtube e facebook. Também o site de Voz Portucalense transmitiu esta celebração tão importante para a diocese do Porto.
“O bispo diocesano confia ao Reitor do Seminário a tarefa fundamentalíssima de conduzir alguns jovens à participação no sacerdócio de Jesus em favor do seu povo” – foi com estas palavras que o bispo do Porto iniciou a sua homilia através da voz e da presença do bispo auxiliar, D. Vitorino Soares.
D. Manuel Linda saudou todos os bispos presentes e os párocos “que despertaram a vocação” aos novos ministros da Igreja. Saudações ainda para “o Vigário Geral, o Presidente do Cabido e toda a Corporação Capitular, os formadores destes ordinandos, mormente o Reitor e Vice-Reitor do Seminário Redemptoris Mater, os Superiores dehonianos, todo o Clero e Diáconos e todo o povo de Deus” reunido na Catedral ou seguindo em direto via internet.
O bispo do Porto referiu-se aos novos presbíteros como “verdadeiros ministros da reconciliação e autênticos embaixadores de Cristo”. Em particular, na sua homilia, D. Manuel Linda afirmou que para “servir a igreja de Deus do Porto” é preciso “conquistar o coração dos fiéis”. “Dedicai-vos a eles, vivei para eles, sofrei com eles, alegrai-vos com eles, amai-os com um amor misericordioso e clemente. Não vos afasteis deles por um estatuto social de importância, não vos sobreponhais aos pobres pelo luxo e pela ostentação, não vos ligueis a grupos de qualquer género que apenas querem satisfazer as suas manias, mesmo escandalizando a maioria” – salientou o bispo do Porto.
Referindo-se às leituras da Eucaristia, na homilia que foi lida por D. Vitorino Soares, D. Manuel Linda afirmou que na ação de um pastor da Igreja “o maior trabalho não está tanto no ato de semear”, mas sim no “amanho das terras, na sua preparação longa e cuidada, no revolver a terra para que a crosta da arrogância seja transformada em leveza” – frisou.
Para o bispo do Porto “a grande maioria das páginas do Evangelho” falam-nos “do trabalho contínuo” de “caminhar com os pobres”, “saciar os famintos”, “libertar os oprimidos” e tantas outras tarefas.
“A verdadeira pastoral é fazer como Jesus, de quem o vosso sacerdócio é participação: tornar os corações simpáticos e acolhedores para depois lhes anunciar a Palavra que gera a vida” – sublinhou o bispo do Porto no final da sua homilia.
RS