
Ficamos aqui a conhecer melhor cada um dos novos sacerdotes. Em discurso direto. Vocações abertas ao mundo para fazer caminho com o povo de Deus.
Nome: José Joaquim Mendes da Costa
Idade: 29 anos
Naturalidade: Sobrosa, Paredes
Seminário da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus
P: Quando é que o seu amor a Cristo passou a ser chamamento para a vida sacerdotal?
R: Desde cedo, logo no momento em que entrei para o Seminário Missionário Padre Dehon percebi que a resposta descomprometida e entusiasta dos inícios teria de dar lugar a uma opção mais séria e comprometida, foi assim que a cada etapa fui purificando as minhas motivações e descobrindo a verdadeira alegria da vocação. De modo particular a minha experiência missionária em Angola veio confirmar o desejo que sentia de me entregar a Cristo e à Igreja pelo sacerdócio.
P: Qual foi a importância da família na sua decisão vocacional?
R: A minha família foi a terra fértil onde cresceu a minha vocação. Dos meus pais e familiares sempre contei com o apoio incondicional para responder ao chamamento que sentia.
P: Como foi o seu percurso de vida até chegar ao Seminário?
R: Ingressei no seminário muito cedo, a minha vocação é o resultado de uma longa maturação, até entrar no seminário era uma criança normal que para além do ensino escolar frequentava assiduamente a catequese e a eucaristia. O convite que me foi lançado numa das aulas de EMRC para conhecer o seminário veio encetar um novo ciclo da minha vida que encontra na ordenação um dos seus momentos altos.
P: Como tem sido a experiência de diácono?
R: Como diácono, tenho participado nas celebrações das comunidades cristãs que nos estão confiadas e a outras que ajudamos pastoralmente aqui no Porto, experiência que me fez tomar consciência das necessidades das comunidades cristãs. Por outro lado, o tempo de pandemia levou-me uma vivência mais interior do meu ministério de diácono, ajudando-me a assumir com maior radicalidade as palavras de Jesus “o meu Reino não é deste mundo” e a perceber que, como cristãos, estamos permanentemente em teletrabalho. Perante as exigências da distância física ou social compreendi quão importante é cultivar a proximidade afetiva e pastoral, agora por outros meios.
P: Para si o que é ser padre hoje?
R: A identidade carismática dos Dehonianos define o nosso carisma como “a união à oblação de Cristo ao Pai pelos homens”. Ser padre hoje significa ser sinal da entrega a Deus e aos homens à imagem de Cristo. Doar-se, entregar-se aos outros como forma de superar o individualismo autossuficiente que deteriora as relações humanas na nossa sociedade.
Breves e Diretas
Uma leitura que o tenha marcado: “O curador ferido” de Henri J. M. NOUWEN
Uma canção ou música especial: Polifonia do Frei Manuel Cardoso
Filme favorito: Não sendo o meu filme favorito, é um filme que vi recentemente e que gostei: “Capitão Fantástico”. Um filme acerca de uma família com um sistema educativo alternativo e em conflito com o modelo de educação tradicional e com a sociedade ocidental.
Local de oração preferido: No nosso seminário em Coimbra, o Instituto Missionário do Sagrado Coração, tínhamos um espaço no meio da natureza chamado “Cantinho do silêncio” era um dos lugares onde gostava de rezar.
Uma personalidade da Igreja que o tenha influenciado: D. José Tolentino Mendonça. Foi meu professor, meu orientador de tese e sobretudo ajudou-me a descobrir a presença de Deus no belo.