
Todos conhecemos a escrita, as ideias e o estilo das crónicas assinadas por Joaquim Armindo, com notável regularidade neste semanário. Diácono da Diocese do Porto, doutorado recentemente em Ecologia Ambiental (Universidade Fernando Pessoa), além de outros cursos que integram o seu currículo, tem revelado uma atenção às mais relevantes questões que se debatem na sociedade de hoje. Esta decisão de reduzir a livro o que já foi letra de imprensa pode ser coisa virtuosa, pela possibilidade de contribuir para a revisitação de temáticas que podem ter ficado para trás, mas que sempre retornam à discussão ou à presença.
O título sob o qual se reúnem os textos é “Caminhar”, suficientemente amplo para abarcar a multiplicidade dos temas. O critério de ordenação dos textos foi o cronológico: iniciando-se em 2011 (25 textos), prossegue até 2015, com 46 de cada ano – o número de edições da Voz Portucalense – num total de mais de 200 crónicas de temática variada, nascida ao sabor das circunstâncias e da atenção que o autor entendia prestar-lhes (como qualquer colectânea de textos). O leque temático torna-se assim muito alargado, desde o sonho, a missão, a espiritualidade, até ao ambiente e à cultura, tema de um dos últimos textos que publica, e que pode resumir o enfoque da sua atenção: de facto toda a nossa reflexão e a escrita dela é um ato de cultura.
O volume começa com um poema de cariz ecológico, datado de abril de 2020, e que reflete a dimensão ambiental de outros textos. Aliás, a poesia é também dimensão importante da escrita do autor, que publicou já uma colectânea de poemas com o título “Amor de mar” (2019).
Felicitamos o autor e felicitamos o leitor, que assim pode ter possibilidade de novo acesso a estas crónicas que ajudam a compreender o mundo e os seus meandros físicos e mentais.
CF