MECs: Visita aos doentes em tempo de COVID

Por Secretariado Diocesano da Liturgia 

O serviço dos ministros extraordinários da Comunhão em favor dos irmãos impedidos de participar na vida eucarística das suas comunidade é verdadeiramente precioso. O valor, a beleza e a delicadeza deste ministério é inestimável. Levar a Eucaristia a um irmão ou irmã enfermo, em casa ou num lar, é levar-lhe a presença sacramental de Jesus. Mas é também permitir-lhes sentirem-se membros vivos do Corpo de Cristo eclesial e das suas respetivas comunidades. Levando Jesus a estes irmãos, ajudamo-los a viver a comunhão eclesial. Por isso é de desejar que este serviço seja retomado com responsabilidade e máxima atenção, tendo presente a obrigação moral de proteger a saúde de visitados e visitadores e, ao mesmo tempo, com grande serenidade, sabendo que ao levar a Eucaristia se leva conforto e esperança.

Algumas atenções particulares devem estar presentes. Em primeiro lugar, preservar a dignidade e respeito devido ao divino Sacramento. Mas isso é perfeitamente conciliável com a observância das normas cautelares que nos são recomendadas pelas pessoas profissionalmente competentes na área da saúde. No centro da nossa atenção não está a doença, mas aquilo que os MECs vão fazer, de tal modo que o rito se desenrole com dignidade, em ambiente de fé expressa em gestos e sinais, com calor humano e proximidade, não obstante as distâncias indicadas. O sentido pleno do que os MECs fazem deve sempre preservar-se.

  1. O MEC deve, em primeiro lugar olhar para a sua própria saúde. Alguns sofrem de patologias de alguma gravidade. Por vezes são já de idade avançada. O COVID-19 atinge mais gravemente as pessoas mais idosas, obesas, com problemas cardíacos, hipertensão e diabetes. Os MECs que estejam nestas situações, ao quererem praticar o bem, correm riscos dos quais pode resultar um mal maior… Em tais casos devem suspender o seu serviço enquanto dura a emergência e a visita aos doentes deve ser assumida pelos mais jovens e supostamente mais saudáveis.
  2. A doença transmite-se pelo contacto com superfícies contaminadas por pessoas doentes, e pela respiração do ar contaminado pela expiração de gotículas de algum doente. Mas se o MEC higieniza as mãos sempre que estabelece contacto direto com pessoas ou objetos potencialmente contaminados, se usa corretamente a máscara de proteção e evita colocar-se frontalmente em relação aos doentes ou outras pessoas, se, além disso, mantém a distância física recomendada ou a máxima que o lugar permite, dificilmente será contagiado. A segurança aumentará significativamente se o espaço onde ocorre a visita for devidamente arejado antes (e, até, durante) da visita.
  3. «Kit» que os MECs deverão levar para a visita aos enfermos: teca com a partícula consagrada, se possível uma diferente para cada casa/enfermo a visitar; gel desinfetante, de base alcoólica, para higienizar as mãos; luvas (não é por acaso que o pessoal de saúde as usa nos hospitais); máscara (preferentemente a «cirúrgica» ou superior); envelope para repor a teca utilizada; fotocópia (uma para cada uso) com o rito e leituras (ou ritual com capa ou encapado de plástico, de modo que seja fácil a posterior higienização; o telemóvel ou smartphone é desaconselhado porque os produtos desinfetantes podem danificá-lo). Evitar levar a bolsa habitual cheia de utilidades pessoais mas que não vêm ao caso (e que, depois, será necessário desinfetar cuidadosamente).
  4. Informar-se sobre a natureza da enfermidade da pessoa a visitar. Se estiver com COVID-19 diagnosticado terá de permanecer em isolamento profilático e não pode ser visitada antes de as autoridades de saúde declararem o caso superado. Nos outros casos, pedir ao próprio ou aos familiares que lhes dão apoio para preparar a casa a visitar: arejar o quarto ou sala 20 minutos antes da hora prevista (estamos no Verão!); eventualmente deslocar o enfermo para um compartimento mais arejado; preparar, a mais de um metro de distância do enfermo, uma mesa com uma toalha lavada e uma vela acesa (nessa mesa e só nessa mesa o MEC colocará a teca e será a sua mesa de apoio); ter disponível um recipiente de lixo para eliminar as luvas.

(Continuaremos)