“Não há pandemia que trave a solidariedade”

Foto: João Lopes Cardoso

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, esteve na diocese do Porto numa visita especial à Obra Diocesana de Promoção Social (ODPS). No Lagarteiro e em S. Roque da Lameira conheceu e valorizou o trabalho dos centros sociais da Obra. O bispo do Porto acompanhou Marcelo e recordou a importância da dimensão social da Igreja.

“Comecei o meu mandato no Porto” – disse o presidente da República recordando a sua visita à cidade do Porto no início do seu mandato numa iniciativa que visou destacar o seu objetivo de empenhar-se em contactar as realidades de carência social em todo o país.

Marcelo Rebelo de Sousa no início da tarde de 25 de junho visitou os Centros Sociais da Obra Diocesana de Promoção Social (ODPS) no Lagarteiro e em S. Roque da Lameira, na zona oriental da cidade do Porto. Aproveitou a ocasião para sublinhar o seu agradecimento às obras sociais da Igreja e também das autarquias, salientando a presença naquele momento do Vereador Fernando Paulo responsável das áreas da Educação, Habitação e Coesão Social da Câmara Municipal do Porto.

O Presidente da República disse querer afirmar, através desta sua visita a instituições solidárias da Diocese do Porto, a sua proximidade com aqueles que “estão a sofrer” em tempo de pandemia. “Não há pandemia que trave a solidariedade” – afirmou.

“É para eles que vai o nosso pensamento hoje, dure o que durar a pandemia. Nós estaremos com eles sempre, porque são tão portugueses como os outros portugueses. São aqueles que mais necessitam que mais precisam de nós neste momento de pandemia” – declarou Marcelo Rebelo de Sousa na Obra Diocesana de Promoção Social.

O presidente da República frisou ainda que neste momento particular é nas “áreas metropolitanas” que o “drama social está a bater à porta” e aproveitou a ocasião para agradecer “o trabalho social” das “instituições de solidariedade social”.

Por sua vez, D. Manuel Linda, que acompanhou durante toda a tarde o presidente da República nesta sua visita ao Porto, na sua intervenção, agradeceu o estímulo que Marcelo Rebelo de Sousa trouxe com a sua proximidade neste momento difícil para os centros sociais.

O bispo do Porto, afirmou como é essencial para a Igreja a sua dimensão social. Recordou a importância histórica e presente das Ordens Terceiras, dos centros sociais paroquiais e das conferências vicentinas na ajuda concreta às populações mais carenciadas.

Especial palavra de D. Manuel Linda de reconhecimento pelo trabalho dos funcionários dos centros sociais que estiveram, também eles, na linha da frente no combate à pandemia.

Nas suas palavras de saudação, o presidente do conselho de administração da ODPS assinalou a necessidade da “implementação de um verdadeiro plano de emergência social, pelo governo de Portugal” por causa dos “graves problemas de sustentabilidade das Instituições Particulares de Solidariedade Social” – afirmou.

Manuel Moreira aproveitou a oportunidade para referir que é “manifestamente insuficiente” o “aumento de 3,5% para 2020 das comparticipações previstas nos acordos de cooperação da Segurança Social”.

O presidente da ODPS, que iniciou o seu mandato a 29 de janeiro de 2019, sublinhou ser muito difícil para a instituição a que preside fazer face aos seus “compromissos financeiros”. Lembrou que têm um “orçamento de 7 milhões e 700 mil euros por ano” e que o valor que recebem da Segurança Social não chega para cobrir “o valor dos 359 colaboradores”.

A Obra Diocesana de Promoção Social (ODPS) foi fundada em 1964 por iniciativa da Diocese do Porto. Tem 12 centros sociais que na área da infância apoiam 944 crianças; nas respostas para a 3.ª idade tem 836 utentes; mais de 70 famílias no Centro de Apoio à Família e Aconselhamento Parental. Serve uma população de cerca de 2000 pessoas com o apoio de 359 colaboradores.

O lema da ODPS é “Pessoas a sentir pessoas”. Esta instituição tem como missão prevenir, cuidar e tratar contribuindo de forma solidária para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e comunidades em que intervém, através de recursos humanos com competências técnicas, afetivas e relacionais adequadas.

RS