
Na homilia da Eucaristia celebrada na Catedral do Porto, na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, quinta-feira 11 de junho, o bispo do Porto referiu o “jejum eucarístico” vivido no confinamento em tempo de pandemia. “Os cristãos de fé viva suportaram com muita dificuldade este tempo sem Eucaristia” – disse D. Manuel Linda.
O prelado recordou todos os que viveram a tristeza de não poderem “aproximar-se do Santíssimo Sacramento” na emergência do coronavírus: as crianças que não fizeram a Primeira Comunhão, os doentes que não comungaram, os moribundos que não tiveram “a companhia do Viático” e todas as “tradicionais festas em que o centro é sempre a solene celebração da Eucaristia” que foram canceladas.
D. Manuel Linda salientou a importância da Eucaristia na vida dos cristãos assinalando que “só Cristo é a luz que ilumina e destrói todas as obscuridades”, pois “só em Jesus se cumprem as nossas expectativas; não obstante o desânimo e a eventual revolta pelo facto de as coisas não acontecerem como desejaríamos, acabamos sempre por experimentar a presença consoladora do nosso Deus”. Por isso, só Jesus é “fonte de esperança e certeza de felicidade” – afirmou.
Mas, em toda esta situação de pandemia “onde tem estado a Igreja?” – perguntou D. Manuel Linda dando, logo de seguida, uma resposta:
“Perguntem aos pobres e esfomeados, aos doentes e aos que estão de luto, aos velhos abandonados e a quantos beneficiam dos centros sociais paroquiais, aos jovens que buscam um sentido por entre o nevoeiro da opaca cultura atual e a quantos anseiam por alguém que os escute, aos que amam a beleza da arte e da música e aos que não desconhecem o que é a dedicação ao outro no ensino e na abertura de perspetivas de vida, aos que experimentam a fragilidade dos laços familiares e a muitos dos fraturados e vítimas da cultura libertária” – declarou D. Manuel Linda.
O bispo do Porto concluiu a sua homilia afirmando que “a Igreja alimenta o mundo de duas maneiras: de pão nas mesas e daquela Palavra que se torna esperança”. Exprimiu ainda um desejo para o futuro: “…que, por nosso intermédio, o pão do corpo nunca falte em nenhuma mesa e a Palavra da Fé e da Esperança chegue, com igual urgência, aos acabrunhados e sem horizontes.”
RS