Na procissão mariana organizada pela Diocese do Porto, na noite do domingo 31, para encerrar o mês de maio, tradicionalmente dedicado a Maria, Senhora de Fátima, mas sobretudo Mãe de Jesus e Mãe da Igreja, o Bispo do Porto procurou transmitir uma mensagem de acolhimento, presença e sensibilidade pastoral.
Para além da oração do rosário, era a palavra dirigida aos cristãos presentes, num gesto de evangelização, como nesse dia de Pentecostes: Maria é protetora, mas é orientadora. Está para além de nós, mas está connosco. Como no dia de Pentecostes, todos entenderam, cada um na sua linguagem, a mensagem transmitida.
As saudações dirigidas pelo Bispo, com o cuidado de referenciar os seus auxiliares na pastoral diocesana, procuravam uma presença no coração dos fiéis que ali estavam, em devoção explícita ou em curiosidade de procura. Falava dos problemas e dos dramas vividos, da enfermidade e do medo, da proteção e da esperança. Bem o entenderam os numerosos fiéis presentes, onde se encontravam novos e velhos, casais e filhos. Parece que compreendiam o sentido da mensagem. Sentia-se a transmissão da alegria da presença. Os aplausos que se ouviram eram sobretudo para este sentido de presença pastoral. A oração coletiva era de confiança em Maria e na consciência de todos que se sentiam em celebração fraterna. A necessidade do afastamento social não dispensou a presença e a proximidade.
Particularmente significativa e emocional foi a referência aos profissionais de saúde, junto ao Hospital de Santo António: o sentido de uma missão profissional, associado ao valor dos gestos de acompanhamento das enfermidades padecidas e assumidas manifestaram uma dimensão nova da pastoral social: o rezar de todos é uma afirmação de humanidade fraterna, uma dimensão espiritual do trabalho de cada dia.
Reconhecendo o trabalho da sociedade civil (autarquia, bombeiros, membros das forças de segurança) que fizeram da sua ação profissional também uma ação pastoral, o acontecimento adquiriu o seu significado verdadeiro: é nas tarefas quotidianas que se encontra todo o sentido salvífico da atividade humana.
Creio que o Bispo transmitiu essa mensagem de forma bem inteligível.
CF