Covid-19: Paróquia portuense já serviu, desde março, 23 911 refeições com projeto «Porta Solidária»

Foto: RUI OCHOA/PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA/LUSA

O pároco da Senhora da Conceição, responsável pelo Projeto ‘Porta Solidária’, no Porto, afirmou à Agência Ecclesia que “a fome aumentou”, depois do levantamento do Estado de Emergência e informou que já serviram mais de 23 mil refeições, entre 12 de março e 18 de maio.

Na segunda-feira, dia 18 de maio, o padre Rubens Marques foi recebido pelo presidente da República, no Palácio de Belém, e considerou que o chefe de Estado “está muito sensibilizado pelo aumento da pobreza”, procurando perceber, “através de números, como é que aumentou a necessidade de alimentação”. “O Senhor presidente consegue colocar este assunto na agenda jornalística, na agenda política, explicou o sacerdote.

O padre Rubens Marques alerta que “depois de levantar o Estado de Emergência, a fome aumentou” porque algumas famílias “ainda tinham alguma reserva de dinheiro”, mas com empresas em lay-off e o desemprego, “já gastaram as poucas reservas que tinham e começam a ter necessidade de alimentação”. Pessoas com atividades ligadas “à restauração, ao turismo, às cabeleireiras, à manicura, vários serviços nos ginásios, muitos ligados à entrega de comida, senhoras ligadas a limpezas de alojamentos locais e edifícios” – recordou o padre Rubens.

O Projeto ‘Porta Solidária’, da Paróquia de Senhora da Conceição, na Diocese do Porto, todos os dias, serve o jantar em regime de take-away: as pessoas levam duas embalagens com “uma refeição quente e meio de litro de sopa, além de um kit com três sandes, dois iogurtes, três peças de fruta e um bolo”. Fazem dois turnos por dia, o primeiro com oito pessoas das 15h00 às 16h30, e o segundo com cerca de 25 pessoas, entre as 17h00 e as 20h30.

O padre Rubens Marques destaca que “tem acontecido uma verdadeira multiplicação dos pães” com o Projeto ‘Porta Solidária’ a receber “muitas ofertas sobretudo de particulares, de grandes empresas, da sociedade civil, das rondas (carrinhas) que tinham deixado de sair”, dos hotéis, e “uma grande ajuda, uma grande contribuição de outras confissões religiosas” que tem sido “um grande sinal de Deus porque a caridade aproxima, a caridade não divide”.

O pároco da Igreja de Senhora da Conceição destaca também a resposta da Câmara Municipal no Hospital Joaquim Urbano que, “para além de camas de emergência, tem também o restaurante solidário” e a ‘Casa Mãe Clara’ das Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição que “fornece o almoço”, na Casa de Saúde da Boavista.

(inf: Agência Ecclesia)