
Com o horizonte temporal dos dias 30 e 31 de maio as comunidades cristãs estão a preparar-se para acolher as celebrações comunitárias. Após o confinamento devido ao contágio do novo coronavírus é tempo de recomeçar com o máximo de segurança sanitária. Higienização das mãos e uso de máscaras são as regras básicas. A sugestão às pessoas idosas para que não frequentem a missa durante este período, é uma medida de absoluta oportunidade também para a saúde dos próprios. Porque o bom senso deve imperar.
Algumas comunidades fizeram deste tempo de emergência e calamidade uma oportunidade para refletir seriamente sobre o trabalho que têm desenvolvido, o tipo de comunicação e canais utilizados, as mensagens e conteúdos produzidos e as pessoas a quem se dirigem, os formatos e modos de relação. Quem não o fez ainda vai a tempo. Muito a tempo. Deixamos aqui a reflexão de um leigo. João Paiva é professor na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto na área da Química e Bioquímica e publicou um texto no Ponto SJ, portal dos jesuítas em Portugal, com o título: “A saudade da missa é estruturalmente insuficiente”. Uma análise a ter em conta. Publicamos o parágrafo final do artigo:
“Só a Igreja dos pobres nos pode interessar. O Papa Francisco, a começar pelo nome que se deu, anda a semear. Tudo o que esta pandemia enalteceu foi o grito dos mais frágeis, que convocou universalmente todos os homens de boa vontade no planeta inteiro. Se somos todos frágeis, se somos todos buscadores, se somos todos pobres, pois a Igreja é dos pobres. Enquanto houver gente a sofrer, sem pão e sem amor, será tal a nossa inquietação aguda, a nossa mobilização central. A missa, é para nos fazer sair da missa em missão com os mais pobres, onde nos incluímos. Esta pandemia trouxe para a ribalta a atenção aos últimos, aos mais velhos, aos dos países mais vulneráveis, aos que clamam. O pão que se parte e reparte na missa é a fragmentação que nos parte o coração mas que, ao mesmo tempo, nos fascina pela agudeza da dádiva radical. É a celebração que nos impele a acudir aos mais necessitados. Essa, é, sem dúvida, a saudade do futuro que nos falta!”
RS