
Por Joaquim Armindo
Francisco, bispo de Roma e papa, em cada mês do ano, propõe um assunto central de oração, e solicita às cristãs e aos cristãos que o façam tema da sua oração diária. Então, neste mês de maio, é pelos diáconos. Ao referir-se a isso Francisco enfatiza que os diáconos não são “sacerdotes de segunda categoria”, mas os guardiões da igreja, junto da família e dos mais pobres, dos excluídos, pelo que a igreja deve fazer oração por cada um deles. Esta oração é um pedido ao Pai para que nós que pedimos, sejamos portadores da esperança que os diáconos se encontrem na humanidade, sendo portadores da Palavra. O diácono é, em si, um homem – esperemos brevemente dizer também uma mulher -, da Humanidade, aquele que transporta a inclusão da Igreja no mundo, não uma integração, mas a inclusão nas culturas e nos anseios principalmente nos mais desfavorecidos. E estes são aqueles e aquelas que mais necessitam do Desenvolvimento Integral da pessoa humana, a quem falta o pão, mas, também, uma Ecologia Espiritual. Sublinho que não é no sentido de os integrar em alguma coisa que para nós é a verdade, mas no caminho do bem-viver e de construírem o sentido Ético da Vida.
A Igreja possui muitas organizações que servem e estão ao lado dos mais pobres, mas tal como qualquer organização que leva o pão aos famintos, o que é urgente, principalmente nestes tempos de pandemia. No entanto o diácono deve “ser” com todos os famintos do pão e do Pão da Vida, o que é conferido pelo sentido sacramental da sua ordenação. Este Pão da Vida não é, contudo, como que uma conquista para as “nossas missas”, mas um ser que está lá, “não vai”, “não está ao lado”, mas “está com”, por isso é inconfundível com os deserdados de qualquer sorte. É a Eucaristia produzida no meio dos povos, nas suas diferenças e culturas.
O diácono também é um homem de oração (aquela ORA+AÇÃO), que faz da sua vida cristã, um consequente estar à procura duma “Samaritana” ou dum “Zaqueu”, por isso deve ser uma estrela da manhã na vida de cada um e de cada uma. Só vê a estrela da manhã quem “sai para fora”, quem não tem escalas de serviço ou de atendimento.
Porque está na humanidade o diácono compreende que o Evangelho fala também pela “Querida Amazónia” ou a “Laudato Si`”. Neste mês de oração (ORA+ACÃO), vamos lembrar os diáconos e a necessidade do seu serviço à Humanidade, em nome do Senhor que surge no Pentecostes.