Covid-19: nota do bispo do Porto para o pós-estado de emergência

D. Manuel Linda, na sequência de normas e orientações emanadas pela Conferência Episcopal Portuguesa, apresenta algumas disposições para a diocese do Porto com o objetivo de preparar uma eventual e progressiva abertura das celebrações.

  1. A partir de segunda feira, 4 de maio, asseguradas as condições de segurança, as igrejas devem abrir portas para que os fiéis aí possam rezar. Retire-se, entretanto, a água benta para não proporcionar contágios.
  2. Em local bem visível, coloque-se um grande cartaz com as orientações básicas, mormente: usar máscara, manter a distância de segurança entre pessoas; não tocar nem beijar as imagens.
  3. Tentar higienizar os espaços da melhor maneira possível. Pelo menos, abrindo frequentemente portas e janelas.
  4. Nos funerais, limitar a presença aos familiares e pessoas muito íntimas.
  5. Antes da fração do Pão e da Comunhão, o sacerdote e os ministros extraordinários da Comunhão (que, para já, em princípio, não se justificam) devem lavar as mãos com solução apropriada e deixar secar.
  6. Os sacramentos do Batismo e Santa Unção podem ser administrados se o respetivo ministro calçar luvas (descartáveis) expressamente para o momento da unção.
  7. No encerramento do Mês de Maria, não deveremos fazer as tradicionais procissões multitudinárias. Porventura, pode haver lugar a algum gesto, sem exageros, como se fez, ocasionalmente, na Páscoa.
  8. Parece verificar-se, em várias zonas do país, uma vontade de alterar a «festa» da Primeira Comunhão, que está a tornar-se um mero acontecimento social: em vez de ser celebrada, no mesmo dia, para todas as crianças, fazê-lo na Missa dominical, se a família concordar. Neste caso, nada impediria que, a partir do momento em que retornem as nossas assembleias, se vão fazendo as “Comunhões”. Mas insisto: se a família concordar. É que este é um assunto muito sensível, pois está enraizado nos nossos hábitos e tradições.
  9. Procure-se que a catequese funcione da forma possível, quer mediante a comunicação dos respetivos catequistas, quer pelo seguimento dos materiais disponibilizados pelos Secretariados Nacional e Diocesano.
  10. Quanto aos Crismas, aguardemos. Se as circunstâncias não se alterarem, terão de ficar para o próximo ano pastoral. Algo similar acontecerá com as visitas pastorais que estavam em curso.
  11. Pastoralmente, não se faça deste um tempo de férias prolongadas. Contacte-se com os paroquianos, incentive-se a evangelização de forma mais personalizada. Esteja-se com muita atenção às problemáticas familiares, especialmente as resultantes da doença, do luto e do confinamento. E, entre outras necessidades, procuremos responder e ajudar a responder às novas pobrezas, muitas vezes, escondidas.
  12. Quanto ao mais, peço aos senhores padres que ninguém caminhe por sua conta e risco, mas, dentro deste enquadramento, se uniformizem critérios em Vigararia e sempre em coordenação com o senhor Bispo que a acompanha, o qual me dará conhecimento.

Porto, 2 de maio de 2020

+ Manuel, Bispo do Porto