No Dia da Terra vencer o vírus

Por Joaquim Armindo

Ao comemorarmos o Dia da Terra, na semana passada, detivemo-nos em três reflexões de cristãos, que têm responsabilidades em diversos cargos. Este Dia da Terra é muito especial, porque é confessando a nossa indiferença para com o planeta que Deus nos confiou, que nos deter na sua intransigente defesa.

A Reverenda Cónega Dr.ª Rachel Mash, coordenadora ambiental da Igreja Anglicana da África do Sul e Coordenadora dos Green Anglicans, na sua mensagem intitulada “Dia da Terra na era do coronavírus”, defende que o Coronavírus “não é um desastre natural mas sim um desastre ecológico”, que 3/4 das novas doenças provêm de animais domésticos ou selvagens e que quanto mais usurpamos os ecossistemas naturais, mais frequentes novas doenças aparecerão, como é referido também pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF) quando afirma que as pandemias são um efeito da destruição dos ecossistemas, que formam a nossa casa comum, como bem refere o papa Francisco. Mas é possível “renovar” todas as nossas atitudes, como nos “ensina” o coronavírus, que, curiosamente, desde que existe a Terra começa a “respirar”. Bom ensinamento, neste aspeto, porque a mudança é urgente.

Na sua mensagem o papa Francisco, sob o tema “O mundo natural é o Evangelho da Criação”, sobre o Dia da Terra, chama as mulheres e homens a redescobrir o respeito sagrado pela Terra, que é a nossa Casa e a Casa de Deus. Lembrando a encíclica Laudato Si`, continua afirmando que todos nós poluímos e desprezamos a Terra e colocamos em risco a nossa própria vida, numa alusão clara ao coronavírus. Que existe a necessidade, tantas vezes repetida por Francisco, muito ignorada pelas cristãs e os cristãos, de uma reconversão ecológica, no sentido de aprendermos a sabedoria da cultura do “bem-viver”, viver e viver em harmonia com a Terra. Este um desafio missionário – digo eu -, que Francisco coloca nas nossas mãos.

Finalmente um outro cristão, que foi militante da JUC (Juventude Universitária Católica) e agora Secretário Geral das Nações Unidas, adverte para a existência de dois vírus: COVID -19 e a crise ambiental do planeta. Os dois como um grande desafio à Humanidade: há que criar empregos, uma economia e infraestruturas que sejam em defesa do planeta. Estes dois vírus não respeitam fronteiras, nem há fronteiras, mas uma comunidade internacional, na defesa da nossa vida comunitária.

As cristãs e os cristãos não esqueçam estes desafios, na certeza de um Deus que nos ama e quer que cuidemos da sua Criação.