
Por Secretariado Diocesano da Liturgia
Com a data de 25 de abril, o papa dirigiu a todo o Povo de Deus uma carta apelando à intensificação da oração mariana durante o Mês de Maio. De facto, o elemento essencial desta devoção é a oração do Terço que se pode fazer em casa, a sós ou, preferivelmente, em família. Escreve Francisco: «pensei propor-vos a todos que volteis a descobrir a beleza de rezar o Terço em casa, no mês de maio. … Há um segredo para o fazer bem: a simplicidade». Felizmente, abundam os subsídios, muitos disponíveis na INTERNET, para a oração do Rosário contemplando «o rosto de Cristo, juntamente com o coração de Maria, nossa Mãe». Isso nos tornará «ainda mais unidos como família espiritual e ajudar-nos-á a superar esta prova».
É costume rezar, no fim do terço, algumas orações que a piedade do povo de Deus foi distinguindo com a sua preferência: Ladainhas, Salvé-Rainha, Lembrai-vos, ó piissima Virgem Maria (oração de São Bernardo), Ó Senhora minha, ó minha Mãe…, etc. Na atual circunstância, o Papa Francisco propõe duas novas orações, por si redigidas. Infelizmente, a tradução portuguesa divulgada deixa a desejar.
Assim, para a primeira oração a Maria, propomos a tradução anteriormente publicada pelo Secretariado nacional de Liturgia da Conferência Episcopal Portuguesa, na pág. 18 de http://liturgia.pt/files/epidemia/CelebRezarPandemia.pdf. Essa oração termina com a mais antiga oração que invoca Maria como Mãe de Deus (séc. III: «Sub tuum praesidium». Independentemente dos seus méritos, é preferível utilizar-se a tradução oficial publicada nos 4 volumes da Liturgia das Horas e presente na pág. 17 do referido subsídio.
Para a segunda Oração a Maria, propomos uma tradução revista:
«À vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus».
Na dramática situação atual, cheia de sofrimentos e angústias que afligem o mundo inteiro, recorremos a Vós, Mãe de Deus e nossa Mãe, e procuramos refúgio sob a vossa proteção.
Ó Virgem Maria, volvei para nós os vossos olhos misericordiosos nesta pandemia do coronavírus e confortai os que se sentem desorientados e choram pela perda dos seus entes queridos, por vezes sepultados de um modo que fere a alma. Amparai os que estão angustiados pelas pessoas doentes de que não se podem aproximar para evitar o contágio. Infundi confiança em quem vive inquieto por um futuro incerto e pelas consequências na economia e no emprego.
Mãe de Deus e nossa Mãe, rogai por nós a Deus, Pai de misericórdia, que esta dura provação termine e que de novo se abra um horizonte de esperança e paz. Como em Caná, intercedei junto do vosso Divino Filho, pedindo-Lhe que conforte as famílias dos doentes e das vítimas e abra o seu coração à confiança.
Protegei os médicos, os enfermeiros e enfermeiras, os outros profissionais de saúde, os voluntários que neste período de emergência estão na linha da frente arriscando a própria vida para salvar outras vidas. Acompanhai o seu esforço heroico e dai-lhes força, bondade e saúde.
Permanecei ao lado daqueles que assistem os doentes, noite e dia, e dos sacerdotes que procuram ajudar e amparar a todos, com solicitude pastoral e dedicação evangélica.
Virgem Santa, iluminai a inteligência dos homens e mulheres de ciência, a fim de encontrarem as soluções certas para vencer este vírus.
Assisti os responsáveis das nações, para que atuem com sabedoria, solicitude e generosidade, socorrendo quem não tem o necessário para viver, programando soluções sociais e económicas de largo alcance, com espírito de solidariedade.
Maria Santíssima tocai as consciências para que as desmedidas somas de dinheiro gastas para aumentar e aperfeiçoar armamentos sejam, antes, destinadas à promoção de estudos adequados para prevenir futuras catástrofes como esta.
Mãe amantíssima, fazei crescer no mundo o sentido de pertença a uma única grande família, na consciência do vínculo que a todos nos une, para acudirmos, com espírito fraterno e solidário, às inúmeras formas de pobreza e situações de miséria. Encorajai a firmeza na fé, a perseverança no serviço, a constância na oração.
Ó Maria, Consoladora dos aflitos, abraçai a todos os vossos filhos atribulados e fazei com que Deus Ele intervenha com a sua mão omnipotente para nos libertar desta terrível epidemia, de modo que a vida possa retomar com serenidade o seu curso normal.
Confiamo-nos a Vós, que resplandeceis sobre o nosso caminho como sinal de salvação e de esperança, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria. Amen.