Casa Sacerdotal do Porto: Uma “Montanha” que Voa em Bando…

E não é porque Maomé lá tem ido até à Montanha, que a Montanha também não possa ir até Maomé. E é com o pedido de mil perdões – como se um só não bastasse – que inicio este texto, porque não consegui evitar o meu impropério na escolha desta expressão.

Digo isto, não porque considero que a expressão seja imprópria pela sua origem religiosa, já que no seu sentido muito próprio não se desapropria da religiosidade independentemente da sua origem. (Chiça…)

Vejam, os Sacerdotes da Casa Sacerdotal da Diocese do Porto – “A Montanha” – têm andado a visitar – “Maomé” – os confrades em exercício nas Paróquias desta Diocese. Iniciaram-se estas visitas, em Outubro do ano passado, na Vigararia de Arouca, acrescentando uma “Montanha” à Serra, que por aquelas bandas tem criado o bovino arouquês que foi servido no almoço. E este almoço surgiu após a Celebração Eucarística, no Mosteiro de Arouca, destes irmãos unidos, na mesma Fé e no mesmo exercício profético. Muito mais unidos quando falamos, por exemplo, do Sr. Pe. Franclim que foi como “Montanha” tendo nascido ele próprio nesta Serra que à altura não contava com ele também no papel de “Maomé”. E conta agora, pois. Que também ele, Sacerdote, ali chega, feliz por não saber distinguir “Montanha” de “Maomé”.

Quem não fez confusão nenhuma foi o Pe. Carlos Pereira que do alto da sua própria e redundante altura (sabem todos do que falo) lá foi espalhando sorrisos paternos pelos pequenitos “Maomé” que passaram, sem dúvida, pelo coração de tão grande “Montanha”.

E se um perdão não chegar, ainda assim não terá sido sacrifício bastante a ruminação da deliciosa Vitela Arouquesa bem regada, ou para efeitos de maior confusão desta vez a “bovina” foi apenas ruminada, tendo o “Chef” considerado que essa já tinha degustado quanto bastasse.

Mil (outros sentimentos) e um perdão vos peço, antes de vos contar da visita da “Montanha” aos Confrades da Vigararia de Lousada, que aconteceu no passado Novembro. E digo-vos desavergonhadamente que com uma simpática e disponível apresentação da Igreja Matriz de Meinedo, protagonizada pelo Centro de Interpretação da Rota do Românico, lá estava “Montanha” e “Maomé” novamente à procura de “Encher a Mula” da satisfação em todos os extratos piramidais. Desde aquela a que a comida fartasse até aquela que se encheu ao esvaziar recipientes pouco significativos para descrição.

E claro está que sendo esta “Montanha” composta de muitos “Maomés” – também se pode dizer que a Casa Sacerdotal da Diocese do Porto tem “Maomés” de muita “Montanha” – lá estava alegre o Pe. Carvalho, que longos anos paroquiou Caíde de Rei e pôde ali ser rei sem cair, num dia muito dele sentindo-se “Maomé” para a “Montanha” e “Montanha” para “Maomé”.

Em Dezembro, na visita aos Sacerdotes da Vigararia de Santo Tirso deixando “Montanhas” para trás e para a frente, e “Maomé” a preparar as pernas (estômago) para outras, reservo-me ao direito de ser eu a perdoar-vos. Porquê? Pela inveja da Cabidela que fez as delícias dos dali e dos daqui, que juro-vos não foram eles a sangrar as infelizes que foram parar ao tacho. Estão perdoados novamente porque sei que não teriam, vocês próprios, problema algum em segurar o alguidar que à mesa vos trouxesse a mesma iguaria.

E confiante de que o perdão a todos nos é certo, conto-vos que vi, orgulhoso, o orgulho do Pe. Carlos Rocha, que depois de ler isto lá me dará o tradicional pontapé do dia, nesse dia talvez acrescido de mais alguns outros “carinhos” de grande velocidade, sorte minha, que as forças já lhe faltam. (E lá vem mais um…) Brincadeiras do dia-a-dia. Mas neste dia foi muito a sério, já que ele próprio visitava a Vigararia que deixou, para ir ser “Montanha”. E uso novamente a “Montanha” para falar da grandeza com que a Paróquia de S. Tomé de Negrelos recebeu a Casa Sacerdotal, com os Sacerdotes da Vigararia a concelebrar a Eucaristia numa Igreja cheia de paroquianos que se mais se deixasse mais fariam. Bem hajam!

 

 

 

 

 

 

 

Já este ano, no início de Fevereiro na vez do janeiro, calhou em sorte, ao “Maomé” de Paços de Ferreira, oportunamente deixar que esta “Montanha” coubesse na nova, moderna e grande Igreja Paroquial de Freamunde. E penso que falo pela “Montanha” ao dizer que ali se sentiu pouco mais do que um “pequeno monte” sob um teto de um gigante povo que notoriamente segue o destinado “Maomé”. Depois da Eucaristia, coube ao Capão, deliciosamente preparado e confecionado no Centro Social e Paroquial de Freamunde, fazer as honras às barrigas da “Montanha” e de “Maomé” que brindadas com a presença do senhor D. Pio, tal como antes em Lousada e com as anedotas do muito bem-disposto Pe. Tavares, garantidamente ficaram bem honradas. É oportuno também dizer que todo este “Maomé” já foi até à “Montanha” para receber a sua gratidão pela oferta das mesas e cadeiras do refeitório da Casa Sacerdotal da Diocese do Porto. Muito obrigado por tudo.

Já agora para a estes e outros beneméritos, não é despropósito lembrar que um louceiro para o dito refeitório poderá vir a calhar!

 

 

 

 

 

Em Fevereiro, foi “Montanha” até à montanha, apresentar-se no Convento de Avessadas, para ser recebida pelo “Maomé” do Marco de Canaveses. E foi defronte ao Menino Jesus de Praga que a Eucaristia celebrou esta união entre idos e vindos e que contou com a muito apreciada e agradecida presidência do senhor D. Armando.

E está na hora de voltar ao pedido de perdão, porque desta vez foi Anho “o imolado” sobre a mesa destes Sacerdotes. E se por ali o Anho é famoso, garanto-vos que num instantezinho passou de imolado a cozinhado. E já que o sacrifício estava passado, só restava comer. Nunca vos contarei sobre beber porque é garantido que entendem que só acontece para ajudar a engolir estas dificuldades. Mais nada!

 

A todos os Sacerdotes destas Vigararias, de forma particular aos Vigários, porque é com quem tenho tido o gosto de contactar mais de perto no planeamento destes encontros, resta-me agradecer, e agradecer muito, em nome da Casa Sacerdotal da Diocese do Porto, nomeadamente de todos os seus Sacerdotes residentes e dirigentes, por todo o acolhimento a esta atividade que tem merecido sorrisos e motivos para muito boas conversas por aqui. E não é só – como diz o Monsenhor Jorge – porque se “sai da Gaiola”, mas porque é bom “voar em bando”.

Mais uma vez aqui, estou consciente do meu atrevimento, porque sei (e sei porque o vi) que também se sentem gratos por terem sido “Maomé” e “Montanha” nesta bela demonstração de fraternidade.

Agora que já enxugamos todas as lágrimas, resta-me dizer que estamos em boa altura para comer peixe ou… qualquer coisa pescado (pode ser lampreia)… A ver vamos o que aí vem. Até já.

(Cristiano Ribeiro – Diretor Serviços CSDP)