
A Comunhão Anglicana, através da sua organização Anglican Communion Environmental – Anglican Alliance, de que a Igreja Lusitana faz parte, em Portugal, publicou um interessante “Jejum Pela Terra: VIVENDO UMA QUARESMA COMPROMETIDA COM A VIDA!”, para esta quaresma. Substanciado no Salmo 24: “Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam.
Por Joaquim Armindo
Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios”, este Jejum que começou em 26 de fevereiro e acaba em 5 de abril (Domingo de Ramos), contém ações no sentido de salvaguardar a integridade da criação e sustentar e renovar a terra e resulta da Conferência de Lambeth de 1988, onde o arcebispo de Cantuária – primus inter pares – e todos os primazes da Comunhão Anglicana se comprometeram a incentivar práticas ambientais sustentáveis. Aquela conferência reúne de 10 em 10 anos, em meados do corrente ano haverá uma nova conferência.
O Jejum pela Terra tem seis domingos: o vegetariano, o sem papel, o das águas para a vida, o mundial da água, o do uso da bicicleta ou de transporte público, e o último o Domingo de Ramos, onde cada comunidade deve plantar uma árvore. Pelo meio tem a segunda-feira sem carne, uma quaresma livre de gordura, o uso de uma sacola para as compras, como reduzir o lixo da casa, se a comunidade cristã recicla e faz compostagem, uso de lâmpadas para economizar energia, o jantar à luz de velas, o fazer um jardim na janela, uma caminhada pela terra e muitas outras ações/jejuns de reflexão e ação na defesa do planeta.
Estas preocupações são com efetividade uma “confissão”, um “jejum” e uma “penitência” para todos nós que não pensamos nos pecados ecológicos: o da ecologia económica, ecologia ambiental, ecologia social e ecologia cultural, e que, normalmente, nos passam à margem. Já pensaram os confessores nas penitências de plantar uma árvore, ou de ter de reduzir o lixo e evitar o desperdício? E já pensaram os confessores no pecado que é não saber se as próprias comunidades cristãs são neutras em dióxido de carbono e tomaram sobre si a penitência de monitorizar e declarar a neutralidade carbónica das igrejas?
Talvez seja nesta quaresma o tempo. Bem-haja Comunhão Anglicana pelo exemplo!