A Diocese do Porto propõe-nos fazer do Batismo a grande referência da caminhada quaresmal. É essa, também, a proposta universal da Igreja nas orações e leituras bíblicas da Liturgia deste tempo favorável de salvação.
Por Secretariado Diocesano da Liturgia
Precisamos de regressar sempre ao nosso Batismo para o reassumir e viver em plenitude. E a quaresma é o tempo privilegiado e favorável deste regresso, de olhos fixos na Cruz do Redentor de onde corre para nós o rio da graça nos sacramentos da Igreja.
Na caminhada proposta, à Cruz anda associada a videira, presente no grafismo do plano pastoral. A videira e a cruz conjugam-se bem, porque símbolos de Cristo vitalmente unido à sua Igreja: videira e ramos. A quaresma é tempo de poda e de enxertia. Pelo batismo somos enxertados na verdadeira cepa que é Cristo. Isso não basta para que frutifiquemos: é necessária a poda de uma autêntica conversão permanente.
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No que à pastoral litúrgica diz respeito, a grande recomendação que neste momento se deve fazer a todos os agentes da Pastoral Litúrgica é que se foquem, desde já, na Páscoa e, concretamente, na preparação das principais celebrações do Ano Litúrgico – o Tríduo Pascal – privilegiando, tanto quanto possível, a Vigília Pascal.
A preparação destas celebrações requer cuidado extraordinário, antecedência e empenhamento de muitos intervenientes. Não são apenas os padres e os diáconos a terem de preparar intervenções importantes que não podem ser deixadas à inspiração do momento. Por isso nos congratulamos com as Vigararias de Santo Tirso e Paços de Ferreira, da Região Pastoral Norte, que acabam de realizar uma ação de formação destinada a acólitos, leitores, coralistas, salmistas e diretores de coros. No total, foram cerca de 400 os que generosamente dedicaram o serão de 3 sextas-feiras – 7, 14 e 21 de fevereiro – para trabalhar na sua formação permanente e, ao mesmo tempo, prepararem a celebração do Tríduo Pascal nas suas comunidades. Os encontros tiveram lugar nos Centros Pastorais Paroquiais de Freamunde – Paços de Ferreira e Burgães – Santo Tirso. E mobilizaram o Serviço Diocesano de Música Litúrgica e o Serviço Diocesano de Acólitos, com a coordenação do Diretor do Secretariado Diocesano de Liturgia.
O caráter excecional das celebrações do Tríduo reclama uma programação e preparação antecipada. Acólitos bem ensaiados e conscientes do seu serviço proporcionarão celebrações com um ritmo fluente, distinto e eloquente em que, porventura, nem se dará por eles mas tudo estará no seu lugar e acontecerá no momento certo. Leitores – e aqui o plural é indispensável porque as leituras a proclamar são numerosas e variadas – que pelo seu serviço atento, competente e expressivo permitam que a Palavra ressoe na assembleia e Deus possa de facto entrar em diálogo de salvação com o seu Povo. Salmistas, coros, diretores e instrumentistas que têm um programa amplo para trabalhar, mesmo contando com o repertório já adquirido em anos anteriores; mas há sempre algo de novo para marcar a novidade da Páscoa.
Mas todos estes intervenientes não podem ficar confinados à sua perspetiva particular ou reduzidos ao contributo específico que lhes é pedido. Têm todos de viver o Tríduo inteiro: todos integram a assembleia que é o verdadeiro sujeito da celebração. Por isso é importante que todos compreendam o Tríduo no seu conteúdo salvífico e no seu dinamismo. Só assim serão «participantes» que vivem e são vivificados pelo Mistério Pascal e não executantes de «funções» avulsas onde o mesmo Mistério se esconde.
O Tríduo é tão solene e decisivo que não é compatível com vivências parcelares, mutiladas, particulares, de capela: é para se celebrar em plenitude e para se viver em Igreja. Por outro lado, todos os grupos, associações e obras, paroquiais, interparoquiais ou supraparoquiais, deveriam viver com a Igreja ao ritmo da Liturgia; o seu plano anual de atividades deverá promover a participação consciente e responsável nas celebrações do Tríduo Pascal.