A viagem ecuménica conjunta
Trata-se também da “nossa viagem ecumênica”, ressaltou o Pontífice, conduzida à unidade que Deus tanto deseja. Uma viagem feita inclusive por “fracos e vulneráveis” e pouco materialmente a oferecer, mas que “alicerçam a própria riqueza em Deus”, como as comunidades cristãs:
“Mesmo as menores e menos relevantes aos olhos do mundo fazem a experiência do Espírito Santo, vivem o amor a Deus e ao próximo, têm uma mensagem a oferecer a toda a família cristã. Pensemos nas comunidades cristãs marginalizadas e perseguidas. […] Enquanto discípulos de Jesus, devemos, portanto, estar atentos a não nos deixarmos atrair por lógicas mundanas, mas nos colocar à escuta dos pequenos e dos pobres, porque Deus ama enviar suas mensagens por meio deles, que mais se assemelham ao seu Filho feito homem.”
Abraçar as comunidades
Outro aspecto abordado pelo Papa nos orienta à prioridade de Deus que é a salvação de todos, como aconteceu no naufrágio de Paulo, quando cada um contribuiu para a salvação de todos:
“É um convite a não nos dedicarmos exclusivamente às nossas comunidades, mas a nos abrir ao bem de todos, ao olhar universal de Deus, que se encarnou para abraçar todo gênero humano e que morreu e ressuscitou para a salvação de todos. Se, com sua graça, assimilamos sua visão, podemos superar nossas divisões. […] Também entre os cristãos, cada comunidade tem um dom para oferecer aos outros. Quanto mais olharmos para além dos interesses de parte e superarmos as heranças do passado no desejo de avançar em direção a um ancoradouro comum, mais seremos capazes de espontaneamente reconhecer, acolher e compartilhar esses dons.”
A gentileza com irmãos cristãos
O Papa Francisco então revelou um terceiro e último aspecto, que também estava no centro desta Semana de Oração: a hospitalidade. O Pontífice lembrou de como os habitantes de Malta acolheram Paulo e seus companheiros, com gentileza e benevolência. “O fogo aceso na praia para aquecer os náufragos é um belo símbolo do calor humano que inesperadamente nos rodeia”, acrescentou.
“Desta Semana de Oração, gostaríamos de aprender a ser mais hospitaleiros, antes de tudo entre nós, cristãos, também entre irmãos de diferentes confissões. A hospitalidade pertence à tradição das comunidades e das famílias cristãs. Nossos idosos nos ensinaram com o exemplo, que à mesa de uma casa cristã sempre há um prato de sopa para o amigo de passagem ou para o necessitado que bate à porta.”
O Papa exortou ainda para não perdermos esses costumes que são do Evangelho e devem ser reavivados. E ao saudar representantes das diversas Igrejas e comunidades eclesiais reunidas para a celebração, o Pontífice finalizou:
“Juntos, sem nunca nos cansarmos, continuemos a rezar para invocar a Deus o dom da plena unidade entre nós.”
(inf: Vatican News)