Obra de José Régio e seus sentidos em análise no Porto

Por iniciativa do Centro de Estudos Regianos e da Fundação Eng.º António de Almeida, realiza-se no Porto, na casa da Fundação Eng. António de Almeida (Rua Tenente Valadim, Porto) um colóquio sobre a obra do escritor, poeta, romancista e dramaturgo natural de Vila do Conde a ali falecido em 22 de dezembro de 1969.

Por M. Correia Fernandes   

Depois de em 14 de janeiro de 2020 ter sido apresentada e comentada a exposição itinerante “José Régio em Processo: do borrão do autor às mãos do leitor”, juntamente com o núcleo bibliográfico com desenhos originais do autor, foram propostas as conferências “As virtudes do mal em José Régio”, por José Carlos Seabra Pereira, “Cântico suspenso – o fim da viagem”, por Isabel Cadete de Novais (vice-presidente do Centro de Estudos regianos), “Sorrisos tristes”, por do Maria do Carmo Mendes, “«Desisti de saber qual era o teu nome»: uma reflexão”, por maria Luísa Aguiar, “Atualidade do teatro de José Régio: alguma notas sobre Três peças em um Acto”, por Maria João Reynaud; Dos longos mal-entendidos (José Régio – desenhos éditos em 2019”, por Isabel Ponce de Leão; “Régio – entre a identidade estética e a identidade nacional”, por Annabela Rita; “José Marinho e José Régio: fraternidade, dissensão e agudeza espirituais”, Jorge Croce Rivera; Poesia e Filosofia dom mistério da encarnação no tenso diálogo entre José Régio e Álvaro Ribeiro”, por Joaquim Domingues. Foi ainda apresentado o livro José Régio – “homem-artista” (editado pelo Centro de Estudos Regianos, 2019-2020). A apresentação coube a José Carlos Seabra Pereira.

Programa para 17 de janeiro

Para a sexta feira 17 de janeiro de 2020 estão previstas as seguintes comunicações:

Às 15h: “O Espelho em algumas narrativas ficcionais de José Régio”, por Maria José d’Ascensão; “Régio leitor de Eça: a singularidade de Soneto do José Matias”, por Manuel Matos Nunes.

Às 16h: “Um passeio nocturno no Porto com Lèlito”, por José Cymbron; “Da Confissão às Páginas do Diário Íntimo – encruzilhadas de um homem religioso”, por Paulo Samuel.

Às 17h30: Conferência de encerramento: “Régio Sempre”, por Eugénio Lisboa, com a presença de Isabel cadete Novais do Centro de Estudos Regianos e Isabel Ponce de Leão, do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas.

A exposição itinerante “José Régio em Processo: do borrão do autor às mãos do leitor”, juntamente com o núcleo bibliográfico com desenhos originais do autor podem ser visitadas até à data de encerramento do Colóquio, portanto de 14 a 17 de janeiro, das 15 às 18h.

Deste conjunto de temas, alguns aspectos merecem ser realçados, desde a nossa perspectiva: a relação de Régio com a escrita de Eça de Queiroz, recordando o belo conto “José Matias”; a relação de Régio com dois dos filósofos portuenses mais notáveis, José Marinho (1904-1975) e Álvaro Ribeiro (1901-1981), o que denota a vertente regiana para filosofia e o pensamento, para além da sua dimensão de narrador e poeta; a referência às “Encruzilhadas de Deus”, um dos mais notáveis conjuntos de poemas de Régio, ligando esse título a outras duas obras especialmente pessoais: a “Confissão de um Homem Religioso” e as “Páginas do Diário Íntimo” (editado em 2004).

Voz Portucalense já dedicou a esta memória dos 50 anos da morte de José Régio uma reflexão em que são recordadas algumas dimensões importantes da sua obra (ver Voz Portucalense de 18 de setembro de 2019).