ONU promove campanha anticorrupção

Comissão Nacional Justiça e Paz assinala Dia Internacional contra a Corrupção

O dia 9 de dezembro foi declarado pela ONU (Organização das Nações Unidas) Dia Internacional Contra a Corrupção. Com esta efeméride, pretende-se sensibilizar pessoas e governos de todo o mundo para este crime, com as suas implicações e custos.

Em nota enviada para a redação da VP pela Comissão Nacional Justiça e Paz, estima-se que mais de três triliões de dólares são perdidos anualmente em esquemas de corrupção, como escrevia em 2018 o Secretário-Geral António Guterres na sua mensagem para este dia.

Para assinalar este dia, este ano, uma iniciativa bem concreta surgiu das próprias Nações Unidas: a campanha anticorrupção

Qualquer organização é convidada a associar-se a esta campanha preenchendo e enviando para as Nações Unidas a carta-tipo em que se dirigem cinco pedidos aos Governos.

Esta campanha foi recentemente apresentada em Lisboa pela Associação Portuguesa de Ética Empresarial. Nesse lançamento, Guilherme d´Oliveira Martins recordava que «todos somos vulneráveis à corrupção e ninguém se pode considerar intocável».

Há que estar «atentos, vigilantes, e apostar na transparência e partilha de boas práticas». A corrupção começa normalmente com um «pequeno favor ou um jeitinho» que se alastra como mancha de azeite – alertou.

Esta campanha – e a carta-tipo associada – está disponível até ao dia 9 de dezembro. Nesse mesmo dia será iniciada a distribuição do Selo Anticorrupção que apela a “Sociedade Justa, Negócios Éticos”, em linha com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 16 da Agenda 2030 das Nações Unidas: a promoção da Paz, da Justiça e de Instituições Eficazes.

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas é constituída por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) e foi aprovada em setembro de 2015 por 193 membros. Para a sua concretização, é imperativo que as empresas integrem as suas metas nas tomadas de decisão e que contribuam com o seu poder de inovação para um futuro mais sustentável e inclusivo.

Querem-se empresas responsáveis a nível social, ambiental e financeiro. Querem-se empresas com um “propósito”, que não procurem o lucro a todo o custo, que respeitam os direitos dos seus trabalhadores, que cuidem da comunidade envolvente, e que lutem por causas que edifiquem o nosso mundo.

Recordemos que na sua recente viagem a África, o Papa Francisco apelou aos Governantes para lutarem com determinação contra formas endémicas de corrupção e especulação que aumentam a disparidade social e empobrecem as Nações.

Aos cidadãos em geral cabe um papel de recusa de qualquer colaboração na corrupção, de denúncia do fenómeno e, sobretudo, de difusão de uma cultura de honestidade e de serviço ao Bem Comum – conclui a Comissão Nacional Justiça e Paz na sua nota.