E nas empresas?

Tantas vezes pensamos que as empresas discutem o salário mínimo de 635 euros. Mas não é assim. O último número da Revista Exame apurou as 100 melhores empresas para trabalhar em Portugal, e não se vê qualquer alusão a um salário mínimo de 635 euros.

Por Joaquim Armindo

Nestas empresas tal já foi ultrapassado: para muito acima dos 1 000 euros. Mas não era sobre este tema que queria hoje escrever. Muitas das empresas, em questão, oferecem o pequeno almoço e o almoço, fruta à descrição e seguros de saúde. Mas não só: as folgas às sextas-feiras de tarde, os trinta dias de férias, o apoio solidário a quem necessita e tempo para os trabalhadores apoiarem causas sociais.

Tantas que já não falam em “recursos humanos” ou “capital humano”, mas em pessoas. Já num dos livros de D. Manuel Clemente era colocada esta questão dos “recursos humanos” ou “pessoas”, defendendo que eram pessoas. Para todas aquelas empresas o fundamental é que os seus trabalhadores encontrem “felicidade” no seu trabalho e conciliação entre a família e a empresa – esta como uma grande família. Por isso, até podem levar os filhos para o trabalho, que lá existem condições para tal, espaços e pessoas a cuidarem deles.

O curioso é que nestas empresas até introduzem um conceito de “cultura empresarial”, dotando os espaços físicos com sítios onde podem descansar e “pensar”. Para além das viagens pagas, em território nacional ou estrangeiro para um divertimento saudável, onde podem levar as famílias, existem os “retiros”. Estes não são para pensar a empresa, mas para que cada um pense no seu contributo à sociedade e em si.

Das mesas de ténis – que foram já um aspeto importante nos nossos salões paroquiais -, passa-se ao bem-estar das pessoas, com preocupações que vão das refeições sustentáveis ao nascimento de cada bebé, oferecendo prémios em dinheiro e outras regalias. O que me chama também a particular atenção é no serviço prestado à comunidade onde se inserem, transportando para a empresa práticas das comunidades cristãs, quais “Conferências de São Vicente de Paulo”, sem Igreja, mas atuantes no apoio aos mais carenciados. E ainda bem, digo eu!

Jesus também atua por eles, e deve atuar por nós, para uma vida de felicidade onde “o cordeiro convive com o leão”.