Obra Diocesana de Promoção Social: uma mais valia para o Porto

A Obra Diocesana de Promoção Social (ODPS) anunciou a realização, nesta sexta feira, 22 de novembro de 2019, de um Jantar Solidário, na Alfândega do Porto, destinado à angariação de fundos e apoios para a manutenção e equilíbrio financeiro da Obra. Voz Portucalense quis ouvir a opinião do Presidente do Conselho de Administração da Obra Diocesana, Manuel Moreira.

Entrevista conduzida por M. Correia Fernandes

A sua nomeação para Presidente do Conselho de Administração da Obra Diocesana de Promoção Social foi feita pelo Bispo D. Manuel Linda, em janeiro de 2019, tendo o referido Conselho ficado constituído por – Presidente: Manuel Maria Moreira; Secretário: João Salvador Velez Pacheco de Amorim; Tesoureiro: Vítor Manuel de Vasconcelos Gonçalo; Vogal: Maria Filomena Castro Costa Osswald; Vogal: Vítor Emanuel Lopes de Andrade de Almeida Devesa, e sendo assistente o P. Lino da Silva Maia.

Manuel Moreira é figura conhecida e muito interveniente na vida pública nacional e mormente do universo do Distrito do Porto. Foi Deputado á Assembleia da República (1980-2002) Governador Civil do Distrito do Porto (2002-2005), Presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses, ao longo de três mandatos (2005-2017). Da conversa mantida com Voz Portucalense, importa reter os aspetos seguintes.

 

VP: Quais as dimensões mais salientes da ação da ODPS?

Manuel Moreira: A Obra Diocesana possui 12 Centros Sociais, com cerca de 65 respostas sociais a vários sectores da sociedade; possui cerca de 2000 utentes, desde crianças (com Creches, Pré-Escolar e Centros de Atividades e Tempos Livres) até aos mais idosos, com Centros de Dia e Centros de Convívio e mais de 500 utentes no Serviço de Apoio ao Domicilio , a funcionar 7 dias por semana; disponibiliza ainda Cantinas Sociais que acolhem gratuitamente os mais necessitados. Constitui assim um serviço à comunidade, dentro do espírito da Doutrina Social da Igreja.

VP: Quais as suas principais fontes de financiamento?

MM: Temos o financiamento da Segurança Social, manifestamente insuficiente, que desejamos e esperamos que aumente; o contributo possível dos utentes é manifestamente baixo, por a maioria serem pessoas carenciadas: procuramos promover acordos com outras entidades, através da assinatura de protocolos de colaboração, designadamente com Juntas de Freguesia da Cidade; queremos renovar e atualizar o Protocolo de Colaboração com a Câmara Municipal do Porto, apoiando sobretudo a manutenção dos edifícios, alguns dos quais antigos e com urgente necessidade de requalificação, dado que os mesmos são municipais, a manutenção dos espaços verdes e na melhoria do ambiente envolvente dos Bairros Sociais onde especialmente trabalhamos. Procuramos ainda na renovação do protocolo obter algum apoio financeiro, já que a nossa missão é também um serviço aos cidadãos da Cidade, na área educativa e social.

VP: A Obra procura honrar os seus compromissos com as estruturas económicas da sociedade?

MM: Mantemos a prática de ter sempre as contas em dia com os fornecedores de bens indispensáveis, o que exige de nós um esforço permanente. Procuramos gerir os recursos da forma mais honesta e equilibrada. Um dos projetos que temos em curso é a estruturação e dinamização da Liga de Amigos da Obra Diocesana, através do convite a empresas, empreendedores e outas pessoas e entidades que nos possam ajudar de diferentes formas, com apoios pecuniários e em espécie, nomeadamente na renovação da nossa frota de viaturas, que são antigas e por isso têm elevados custos de manutenção.

Apelamos por isso, também através da Voz Portucalense ao espírito solidário das pessoas e instituições, com a consciência de que esta ação solidária é também uma participação dos cristãos na valorização humana da sociedade ajudando as pessoas mais carenciadas possuem a mesma dignidade de todos os outros. Precisamos de muitos Amigos para apoiar a Obra Diocesana de Promoção Social, integrando a sua Liga de Amigos.

VP: Que outros projetos da Obra Diocesana quer realçar?

MM: Lançamos uma Campanha para implementarmos o Voluntariado Social na Obra Diocesana. A Campanha está a ser dirigida às pessoas na pré-reforma ou na reforma e também aos Jovens da nossa Cidade do Porto e aos estudantes das diversas Universidades e Institutos Universitários , para exercer a sua cidadania na nossa Instituição, em colaboração com o nossos Colaboradores. Precisamos do apoio de Voluntários aos nossos utentes e também na visita a famílias, diálogo com os mais idosos, sobretudo com os que estão mais sós, levando-lhes uma palavra amiga, carinho e conforto. Estive recentemente num encontro com estudantes da Universidade Católica, que através da sua organização estudantil CASO (Católica Solidária), que também promovem o voluntariado social nas IPSS`s, designadamente na Obra Diocesana de Promoção Social.

Temos ainda um plano e uma vontade de dar a conhecer a Obra Diocesana, que reconhecemos não ser tão conhecida como desejávamos, porque o conhecimento deve conduzir à ação. Apelamos também ao apoio das empresas e empreendedores, dado que podem usufruir de lei do mecenato, valorizando socialmente os apoios prestados. Assim procuramos também realizar uma pedagogia da consciência social das empresas e cidadãos.

Procuramos também a assinatura de um Protocolo de Colaboração com a própria Diocese do Porto de apoio à Obra Diocesana de Promoção Social, apelando igualmente à colaboração dos diocesanos nesta nossa missão educativa e social.

VP: Sobre o próximo jantar solidário, que perspetivas?

MM: Esperamos atingir no mínimo 200 participantes. Ainda falta lá chegar, mas queremos orientar esse contributo para a aquisição de uma nova Carrinha de nove lugares que possa minorar as nossas carências neste domínio das necessárias deslocações. Fazemos por isso um apelo à presença neste evento solidário.