Mensagem (52): Mártires porque cristãos

Desde o princípio, desde o Diácono Estevão, sabemos que é perigoso ser cristão. Nero e muitos outros, antes e depois dele, criaram uma sentença que se tornaria célebre: “Cristãos às feras!”. A modernidade –pensemos na revolução francesa- recuperou a ideia e as ditaduras do século XX foram «exemplares» no seu contributo para um mundo sem cristãos…

Entre nós, passaram as ditaduras. Mas, infelizmente, a nível global, não passou a perseguição e a tentativa de extermínio. Garantem-no-lo as organizações mais credíveis que nos dizem terem sido martirizados, só em 2018, mais de 5.000 cristãos!

Desses sabe-se o nome e onde foram executados: na Nigéria, Síria, Filipinas, Sri Lanka, Egipto, Indonésia, Sudão, Paquistão, etc. Mas não se conhece nem se conhecerá a situação de países que vivem para lá de uma verdadeira cortina de ferro. À frente de todos está a Coreia do Norte: sabe-se que há perseguição, mas não é possível apresentar dados concretos, tal é a opressão do silêncio.

A esta perseguição cruenta haveria que juntar uma outra, mais subtil, mas não menos desgastante e medonha: a destruição das igrejas, a recusa dos mais básicos direitos de cidadania, as afrontas e provocações diárias, etc. Choca-nos este contínuo afrontamento no próximo e médio Oriente, mesmo em países ditos democráticos. Resultado já obtido pelos perseguidores: os cristãos estão a abandonar as suas pátrias a um ritmo nunca antes imaginado. E, a curto prazo, não haverá mais “adoradores da cruz” na zona do mundo que o Senhor escolheu para habitar entre nós. É terrível!

O mais dramático disto tudo é que estamos sós para enfrentar as feras. Os governos ocidentais bocejam perante estes factos: estão-se nas tintas desde que o petróleo continue a afluir e os mercados locais absorvam algumas das nossa bugigangas. A comunicação social não troca essas «bagatelas» por um hipotético caso de pedofilia que se possa imputar a um clérigo. E a cultura dominante vê como sinal de modernização tudo o que possa enfraquecer a presença da Igreja na sociedade.

Não obstante, a nossa força está nesta aparente fraqueza: ontem como hoje, o “sangue de mártires é semente de cristãos”.

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