Rumo às JMJ 2022: jovens da diocese do Porto em tempo de formação em Fátima

O Encontro Nacional de Formação para Agentes Pastorais, que decorreu em Fátima de 23 a 27 de setenbro, foi uma organização conjunta do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, do Secretariado Nacional da Pastoral do Ensino Superior e do Secretariado Nacional das Vocações e Ministérios. O formador foi o padre Rossano Sala, SDB, que participou como Secretário no Sínodo dos Bispos dedicado à juventude em 2018. Da diocese do Porto estiveram presentes representantes da pastoral da juventude e da pastoral universitária. É sobre este evento o texto que aqui publicamos.

Propõe-nos a Exortação Apostólica “Cristo Vive” que vejamos na pastoral juvenil, um caminho com os jovens, pela leitura da passagem dos “Discípulos de Emaús”. Esta proposta de caminho, dizia o Padre Rossano Sala na semana de formação em Fátima para agentes da pastoral juvenil, “exige disponibilidade para percorrer juntos um trecho do caminho, estabelecendo uma relação”. O sínodo é um exercício eclesial de discernimento. Franqueza no falar e abertura na escuta são fundamentais para que o sínodo seja um processo de discernimento, para toda a Igreja.

Este sínodo e, em sequência, a exortação Apostólica assenta em dois pilares fundamentais: sinodalidade e discernimento. Os jovens pedem uma Igreja que caminhe com eles, como companheiros de viagem. É importante escutar, discernir e acompanhar.

A prática do discernimento – a familiaridade com o Senhor – deve ser um encontro com Jesus que se torna presente na intimidade do coração, através da oração. A amizade com Jesus Cristo ensina-nos a abrir-nos, a compreender, a cuidar dos outros, a sair da nossa comodidade e isolamento, a partilhar a vida. Por isso, “nada se pode comparar a um amigo fiel, e nada se iguala ao seu valor.”

Depois da escuta e do discernimento, importa testemunhar, fazer anúncio. Cada jovem/animador deve ser promotor do encontro de Jesus com o outro.

É urgente “exprimir o amor salvífico de Deus.”

Estas são algumas das reflexões retiradas da semana de formação nas quais o Secretariado do Porto da Pastoral Juvenil pode participar. Um tempo ótimo de aprendizagem e compromisso com a juventude.

O Padre Rossano Sala deixou-nos, ainda, outras reflexões (pessoais) do que foi a sua experiência da participação (desde a raiz) no sínodo, “Jovens, a fé e o discernimento”:

“A experiência do sínodo é, em primeiro lugar, um sentimento de me sentir muito pequeno perante uma igreja tão grande, tão universal, tão diversa. Em segundo lugar, a experiência de sentir a presença do Espírito, tantas vozes, tanta palavras que mostram a beleza da Igreja e de Deus presente. Tantas intervenções que mostravam a presença do Espírito de Deus, pela sua riqueza de pensamentos. Em terceiro lugar, a experiência da comunhão, que nos fez muito bem. Não havia um ambiente de conflito, mas comunhão e amizade.

Quanto ao futuro: o sínodo, certamente, é um evento que abriu muitas estradas. Que abriu muitas possibilidades e permite à Igreja pensar o futuro pelos jovens e com os jovens, mas isso toca-nos a nós. Um dos riscos é o Sínodo ser rejeitado, não colocado em prática. Somos nós os responsáveis para continuar este entusiasmo, continuar este estilo e este espírito.

Quanto às JMJ: é uma grande possibilidade de criar uma solidariedade entre todos. Quando estamos juntos, trabalhamos juntos e organizamos juntos, vamos formar uma comunidade. E como país de acolhimento temos que pensar que vamos estar a acolher toda a Igreja. É importante ter noção desta universalidade. “

Entretanto, o padre Filipe Diniz, Diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, falou-nos também sobre esta perspetiva de caminho, de sinodalidade: “A importância desta Exortação/Sínodo está neste olhar para a juventude, escutar, perceber que juventude temos hoje, o pensar em conjunto, dar um rosto de um Cristo Vivo. O Cristo que está no rosto de cada jovem. É preocupação do DNPJ colocar este documento (Exortação) a funcionar. Daí a ideia de reunir em Fátima com a ajuda do Padre Rossano Sala, salesiano, que esteve presente em toda a estrutura do Sínodo, um grupo de agentes de pastoral juvenil (Secretariados, Pastoral Universitária, Pastoral Vocacional, etc) que se debruçasse sobre este documento”.

Quanto às JMJ o padre Filipe Diniz afirma que, antes de mais, é importante começar a trabalhar a nível pastoral. “Nas dioceses, secretariados, movimentos, congregações todos podem começar a trabalhar, principalmente, nas mensagens, que temos a graça de já as ter. O mais bonito é perceber que já há estas preocupações, que já se começam a organizar, a pensar e a perspectivar. Cada um na sua dimensão e com as suas espiritualidades. O mais bonito será este caminho até 2022, porque a JMJ é apenas uma semana” – assinalou.

(inf: SDPJ)