Quando era ainda uma criança, teria uns 5 a 6 anos, talvez menos, participava na chamada “Escola Dominical” – diga-se a Catequese -, era ao domingo da manhã, antes da Eucaristia. Lembro-me que aí aprendi o que era a Palavra de Deus. Os seus professores davam-nos um folheto “As Pedrinhas”, ilustrado na capa, com uma pintura a cores sobre o assunto bíblico, e dentro um resumo, em letra grandes, do que dizia a Bíblia.
Por Joaquim Armindo
Era muito interessante, o professor lia-nos o texto e a gravura ficou – e está -, sempre nas nossas mentes. Levava sempre duas moedas. Podia ser de dois tostões, mas eram sempre duas moedas. Uma para dar na “Escola Dominical” e outra para deixar na saquita que passava no culto dominical. Aprendíamos a receber e a dar sempre alguma coisa que nossos pais nos davam ou nós lho pedíamos. Não tinha nenhum catecismo como os de hoje, mas a Palavra de Deus e a folha das “As Pedrinhas”, estes era os nossos catecismos. Assim, todos, pelos anos fora, nunca nos esquecemos da Escola Dominical e das “Pedrinhas”.
Mais tarde apareceram os estudos bíblicos, por excelência, e, curiosamente, os chamados concursos bíblicos. Eram dinamizados por uma organização chamada “União Bíblica” – não sei se ainda existe -, e quem tivesse mais pontos tinha um prémio: ia gratuitamente a um acampamento bíblico que se realizava anualmente. Constava de duas partes: a primeira, diziam o nome do livro, o capítulo e o versículo, e quem achasse primeiro levantava-se e lia; o segundo, lia-se um versículo e procurávamos onde estava, quem fosse lá primeiro, levantava-se e dizia onde era a passagem bíblica. E assim íamos somando pontos, de um mês para o outro. Até poderemos dizer, hoje, que era um processo arcaico, mas de facto foi aí que aprendi a manusear a Bíblia. Nesta, quando a lemos, quer no Novo Testamento, quer no Antigo Testamento, aprendemos com e na Palavra de Deus, a viver a alegria do Evangelho.
O papa Francisco bem sabe isso. E para que ninguém esqueça o que é bom ler e aprender com a Bíblia, na semana passada instituiu um domingo dedicado à Bíblia, à Palavra de Deus, o III Domingo do Tempo Comum. Como gostaríamos que este domingo, agora dedicado, fosse o início de aprender com a Palavra e na Palavra.