Papa alerta para indiferença global perante vítimas de “velhas e novas pobrezas”

O Papa alertou neste domingo dia 29 de setembro no Vaticano para as consequências da “globalização da indiferença” diante de milhões de pessoas em situações de sofrimento e necessidade, falando durante a Missa a que presidiu no Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados.

“Como cristãos não podemos permanecer indiferentes diante do drama das velhas e novas pobrezas, das solidões mais sombrias, do desprezo e da discriminação de quem não pertence ao “nosso” grupo. Não podemos permanecer insensíveis, com o coração anestesiado, diante da miséria de tantos inocentes. Não podemos não chorar. Não podemos não reagir”, declarou, na homilia da celebração que reuniu milhares de pessoas na Praça de São Pedro.

Francisco recordou a sua mensagem para este 105º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, com o tema “Não se trata apenas de migrantes”.

“E é verdade: não se trata apenas de estrangeiros, trata-se de todos os habitantes das periferias existenciais que, juntamente com os migrantes e os refugiados, são vítimas da cultura do descarte”, advertiu.

O Papa confessou a sua “dor” perante um mundo “cada vez mais elitista, mais cruel” com os excluídos.

“Peçamos ao Senhor a graça de chorar o pranto que converte o coração diante destes pecados”, disse Francisco.

Numa reflexão sobre as passagens bíblicas lidas nas igrejas católicas de todo o mundo, este domingo, Francisco realçou a importância de estar junto das faixas da população “frequentemente esquecidas e expostas a abusos.

“Os estrangeiros, as viúvas e os órfãos são os que não têm direitos, os excluídos, os marginalizados, pelos quais o Senhor tem uma especial solicitude”, assinalou.

O Papa apresentou a preocupação com os menos privilegiados como um “traço distintivo” de Deus e “um dever moral” para os crentes.

A Missa no Vaticano contou com sonoridades de diversos continentes, além de orações em várias línguas, recordando quem é perseguido por causa da sua fé.

(inf: Agência Ecclesia)