O Senhor chama-nos a acender estrelas na noite doutros jovens; convida-nos a olhar os verdadeiros astros, ou seja, aqueles sinais tão variados que Ele nos dá para não ficarmos parados, mas imitarmos o semeador que observava as estrelas para poder lavrar o campo. Deus acende estrelas para nós, a fim de podermos continuar a caminhar: «Às estrelas que brilham alegremente nos seus postos, Ele chama-as e elas respondem» (Br 3, 34-35). Mas o próprio Cristo é, para nós, a grande luz de esperança e guia na nossa noite, pois Ele é «a brilhante estrela da manhã» (Ap 22, 16). Assim iniciou o Ora Arranca, nos claustros, da Catedral do Porto, no dia 28 de setembro.
Neste “Ora Arranca”, o desafio era colocarmo-nos à disposição para a oração, numa passagem da escuridão para a luz, acompanhados pelos símbolos que caracterizam o nosso Baptismo.
Cerca de 800 jovens disseram “sim” a este desafio. Encheram a Sé, acenderam as suas velas, abriram os corações a Jesus e permaneceram quase duas horas em vigília de oração.
Jovens de todos os cantos da Diocese, estando todas as zonas pastorais representadas, com vários elementos e grupos com jovens; movimentos juvenis de diversas congregações e institutos religiosos e grupos de escuteiros. Além dos jovens, a vigília teve presença cerca de 12 sacerdotes, todos eles representando as suas zonas/vigararias, movimentos e secretariados, um sinal de unidade e solidariedade, neste que é o trabalho com os jovens.
Não podemos deixar de referir a presença, tão querida, de D. Vitorino, que no dia seguinte seria ordenado. O gesto de amizade importante para com a juventude do Porto.
“Apaixonai-vos por esta liberdade, que nos é oferecida por Jesus”, dizia um dos textos que orientavam a vigília.
A dinâmica da cerimónia assentava, harmoniosamente, em cinco símbolos: luz, veste branca, óleo, água e cruz.
Ao sabor da música e da dança, o altar era vestido de branco, recordando a nossa veste branca, na qual nos identificamos como discípulos de Jesus – “Fomos batizados porque amados por Deus”. Ungidos e enviados, no Batismo e no Crisma, somos todos discípulos missionários, os santos óleos expostos deixavam o aroma deste Jesus Vivo, que todos os jovens sentiam, nesta noite. Jesus, o eternamente jovem, quer dar-nos um coração sempre jovem. Assim no-lo pede a Palavra de Deus: «Purificai-vos do velho fermento, para serdes uma nova massa. Ao mesmo tempo convida-nos a despojar-nos do «homem velho» para nos revestirmos do «homem novo» do homem jovem (…) Isto significa que a verdadeira juventude é ter um coração capaz de amar, era esta a explicação que se ouvia, enquanto cântaros de água eram trazidos ate ao altar. O sinal da cruz marca a caminhada da fé dos que assumem ser humanos ao estilo de Jesus, era este o último símbolo da nossa caminhada batismal apresentada. A cruz exposta fazia a pergunta: “Em que ponto crucial está a vocação a que sou chamado?”
Quase no final, Jesus, no Santíssimo Sacramento, foi exposto, e os jovens permaneceram em silencio profundo, de olhos postos neste Jesus que se faz vida em cada coração. Uma dança contemporânea ajudou a viver este momento de profundíssimo recolhimento, mostrando que a arte pode contribuir para a beleza a fé.
A vigília, do Ora Arranca, foi um misto de emoções, arte, catequese, silencio, recolhimentos, alegria e comunidade. Muitos contribuíram para que tudo isto fosse possível: o grupo missionário Verbum Dei fez o acolhimento, com música e dança, ainda no terreiro da Sé, o grupo “Contra a corrente”, de Anta – Espinho, responsabilizou-se pelos momentos de dança e representação e o grupo El Shaddy, de Paços de Ferreira, teve um brilhante contributo na animação dos cânticos.
Este momento, que marcou o início das atividades do secretariado diocesano da pastoral juvenil, teve presidência do Sr. D. Armando, Bispo auxiliar do Porto. Durante a sua homilia, relembrava-nos o significado do nosso Batismo e que por ele todos eramos chamados à santidade. “Todos batizado, todos santos”, dizia. Pedia, aos jovens, que não deixassem apagar as velas (da fé), “o fogo ou se apega ou se apaga”.
A noite terminava com um lanche e concerto, nos jardins do Seminário Maior, que se mostrou disponível desde a primeira hora. O grupo Follow him, ajudou a animar a noite, neste último momento.
No final as emoções eram muitas, os jovens estavam felizes. Todos sentiram Jesus que vive, animados com tantas propostas da Igreja do Porto, da Igreja Universal e com a perspetiva das Jornadas Mundiais da Juventude, todos querem levar Jesus ressuscitado mais longe.
Continuamos caminho, de pé e ao pé, como discípulos amados.
(inf: SDPJ)