Primeira – No dia oito de setembro, quando me preparava para ir à missa da festa da Senhora de Campanhã, li, no «facebook», um texto do dia anterior – “Amanhã, Dia da Natividade de Nossa Senhora, – O Seu Aniversário “ – que transcrevia uma parte do “Sermão do Nascimento da Mãe de Deus”, do P. António Vieira:
“Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria? “
Por João Alves Dias
“Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde; perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança. Os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz, os discordes para Senhora da Paz, os desencaminhados para Senhora da Guia, os cativos para Senhora do Livramento, os cercados para Senhora do Socorro, os quase vencidos para Senhora da Vitória. Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho, os navegantes para Senhora da Boa Viagem, os temerosos da sua fortuna para Senhora do Bom Sucesso, os desconfiados da vida para Senhora da Boa Morte, os pecadores todos para Senhora da Graça, e todos os seus devotos para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se uniram em uma só voz, todas estas perguntas em uma só pergunta, e todas estas respostas em uma só resposta, ou, mais abreviadamente, todos estes nomes em um só nome, dirão que nasce Maria para ser Maria, e para ser Mãe de Jesus”
Segunda – Quem encaminhou o texto foi o P. Justino Lopes. Em 1971, no Colóquio Europeu de Paróquias, em Estrasburgo, conheci dois presbíteros da diocese de Lamego: o cónego Rafael, depois bispo de Bragança, e o, então, pároco de Nespereira, Cinfães que nunca mais encontrei. Quando – 46 anos depois (8/6/2017) – visitei, com o grupo «Boa Memória», a matriz de Vila Nova de Paiva foi nosso guia o seu pároco. No final, cheguei à conclusão que ele era o pároco de Nespereira que estivera comigo em Estrasburgo. Ficámos felizes!
Terceira – Disse-me que era leitor da Voz Portucalense desde o tempo em que tal era tido por subversivo, em Lamego. E é seu assinante de longa data. Lia o meu nome mas não imaginava de quem se tratava.
Quarta – Falámos longamente sobre D. António Francisco, seu colega no seminário, que ambos admirávamos. No final, pediu-me para lhe apresentar cumprimentos.
Quinta – Só pude satisfazer este seu pedido, na festa da Senhora de Campanhã (8/9/2017) a que D. António presidiu. Feliz e com luz nos olhos, lembrou esses seus tempos de menino. Ficou-me na alma a ternura daquele sorriso saudoso. Recordei-o e, por ele, dei graças a Deus.
Que a “Senhora-de-Todos- os- Nomes” o acolha na Glória.
E as coincidências não serão pseudónimos de Deus-Providência?